Bulas de Remédios

As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.



Laboratório

Roche

Apresentação

cáps. de 10 mg - caixas c/ 100 cáps.

Indicações

Vesanoid (Tretinoína) é indicado para indução da remissão em leucemia promielocítica aguda (LPA; classificação FAB LMA-M3). Pacientes não tratados anteriormente, bem como pacientes que recaíram depois de quimioterapia padrão (antraciclina e citosina arabinosídeo ou tratamentos similares) ou pacientes que são refratários a qualquer quimioterapia devem ser tratados com ácido all-trans-retinóico. A associação de quimioterapia ao ácido all-trans-retinóico aumenta a duração da sobrevida e reduz o risco de recidiva comparado a quimioterapia sozinha. A terapia de manutenção está ainda em investigação, entretanto a perda da capacidade de resposta ao ácido all-trans-retinóico foi relatada entre os pacientes mantidos somente com ácido all-trans-retinóico.

Contra-indicações

Vesanoid (Tretinoína) está contra-indicado para pacientes com conhecida hipersensibilidade ao ácido all-trans-retinóico ou qualquer um dos seus componentes. O ácido all-trans-retinóico é teratogênico. Portanto, está contra-indicado durante a gravidez e em lactantes (vide Gravidez e Lactantes). O uso do ácido all-trans-retinóico em combinação com tetraciclinas, progestágenos de baixa dose e vitamina A é contra-indicado (vide Interações Medicamentosas).

Advertências

Durante estudos clínicos a hiperleucocitose foi freqüentemente observada (75%), algumas vezes associada com a Síndrome do Ácido Retinóico (SAR). A SAR foi relatada em muitos pacientes portadores de leucemia promielocítica aguda (até 25% em alguns estudos clínicos) tratados com o ácido all-trans-retinóico. Essa síndrome é caracterizada por febre, dispnéia, desconforto respiratório agudo, infiltrados pulmonares, hiperleucocitose, hipotensão, derrame pleural, edema, aumento do peso, insuficiência hepática, insuficiência renal e falência de múltiplos órgãos. Se não for tratada esta síndrome pode ser fatal. Para os pacientes que têm hiperleucocitose quando recebem ácido all-trans-retinóico sozinho, a SAR pode ser prevenida, baseando-se na contagem de leucócitos, com a adição de quimioterapia baseada em antraciclinas, em doses plenas, ao regime com ácido all-trans-retinóico. As atuais recomendações terapêuticas são: • Tratamento imediato com uma combinação de ácido all-trans-retinóico e quimioterapia dos pacientes que se apresentem, ao diagnóstico ou a qualquer tempo, com uma contagem de leucócitos maior que 5 x 109/L • Adição de quimioterapia em doses plenas à terapia com ácido all-trans-retinóico em pacientes com uma contagem de leucócitos menor que 5 x 109/L no dia 0 (zero) do tratamento com ácido all-transretinóico e se a contagem de leucócitos tornar-se: • Maior ou igual a 6 x 109/L a qualquer momento do dia 1 ao dia 6 do tratamento; • e/ ou maior ou igual a 10 x 109/L a qualquer momento do dia 7 ao dia 10 do tratamento; • e/ ou maior ou igual a 15 x 109/L a qualquer momento do dia 11 ao dia 28 do tratamento. • Tratamento com dexametasona (10 mg a cada 12 horas por no máximo três dias ou até a resolução dos sintomas), se o paciente apresentar sinais clínicos precoces da síndrome. Há um risco de trombose durante o primeiro mês de tratamento. O ácido all-trans-retinóico só deve ser utilizado em pacientes portadores de leucemia promielocítica aguda (LPA) sob a supervisão de especialista com experiência no tratamento de doenças hematológicas/oncológicas.

Uso na gravidez

Todas as medidas listadas abaixo devem ser consideradas em relação à gravidade da doença e a urgência do tratamento. O ácido all-trans-retinóico é teratogênico. É, portanto, contra-indicado não só para mulheres grávidas mas também para aquelas que possam vir a engravidar durante ou até um mês após o término do tratamento a menos que, devido à gravidade das condições da paciente e urgência do tratamento, o benefício do tratamento com ácido all-trans-retinóico se sobreponha ao risco de anormalidades fetais. Existe um risco extremamente alto, para qualquer feto exposto, do nascimento de uma criança deformada no caso de gravidez durante a administração do ácido all-trans-retinóico, independente da dosagem ou do tempo de tratamento. O tratamento com o ácido all-trans-retinóico somente deve ser iniciado em mulheres com potencial para engravidar se forem satisfeitas todas as seguintes condições: - A paciente deve ser informada por seu médico sobre o perigo de engravidar durante e após um mês do término do tratamento com o ácido all-trans-retinóico. - A paciente deseja aderir e cumprir as medidas anticoncepcionais obrigatórias. É absolutamente essencial que toda mulher com potencial para engravidar que esteja para ser submetida ao tratamento com o ácido all-trans-retinóico utilize um método de contracepção eficaz, durante o tratamento e um mês após a interrupção do tratamento com o ácido all-trans-retinóico. - Testes de gravidez devem ser realizados mensalmente durante o tratamento. Caso ocorra gravidez, apesar dessas precauções, na vigência do tratamento com o ácido all-trans-retinóico ou em até um mês após a sua interrupção, há um grande risco de malformação grave do feto, particularmente se o ácido all-trans-retinóico tiver sido tomado durante o primeiro trimestre da gravidez. Lactantes Uma vez iniciado o tratamento com o ácido all-trans-retinóico, a lactação deve ser interrompida.

Interações medicamentosas

Como o ácido all-trans-retinóico é metabolizado pelo sistema P-450 hepático, há a possibilidade de alteração dos parâmetros farmacocinéticos em pacientes em que houve a administração concomitante de medicamentos que são também indutores ou inibidores desse sistema. As medicações que geralmente induzem as enzimas hepáticas P-450 são a rifampicina, glicocorticóides, fenobarbital e pentobarbital. As medicações que geralmente inibem as enzimas hepáticas P-450 são cetoconazol, cimetidina, eritromicina, verapamil, diltiazem e ciclosporina. Não há dados que sugeriram que a coadministração dessas medicações aumentem ou diminuam tanto a eficácia quanto a toxicidade do ácido all-trans-retinóico. Não há dados sobre uma possível interação farmacocinética entre o ácido alltrans- retinóico e daunorrubicina e AraC. Associações medicamentosas contra-indicadas (vide Contra-indicações) Progestágenos de baixa dose: o ácido all-trans-retinóico causa diminuição da eficácia contraceptiva dos progestágenos. Tetraciclinas: o tratamento sistêmico com retinóides pode causar a elevação da pressão intracraniana. As tetraciclinas também podem causar a elevação da pressão intracraniana, assim os pacientes não devem ser tratados com ácido all-trans-retinóico e tetraciclinas ao mesmo tempo. Vitamina A: como outros retinóides, o ácido all-trans-retinóico não deve ser administrado em combinação com a vitamina A porque os sintomas de hipervitaminose A poderiam se agravar.

Reações adversas / Efeitos colaterais

Em pacientes tratados com as doses diárias recomendadas do ácido all-trans-retinóico os efeitos adversos mais freqüentes consistem de sinais e sintomas da síndrome da hipervitaminose A que o ácido all-trans-retinóico compartilha com outros retinóides. * Pele: secura, eritema e exantema, prurido, sudorese, perda de cabelo, ulceração genital foi relatada infreqüentemente. * Membranas mucosas: queilite, secura da boca, nariz, conjuntiva e outras membranas mucosas com ou sem sintomas inflamatórios. * Sistema nervoso central: cefaléia, hipertensão intracraniana/ pseudotumor cerebral (principalmente em crianças), febre, tremores, tontura, confusão, ansiedade, depressão, paraestesias, insônia, mal estar. * Sistema neuro-sensorial: desordens da visão e audição. * Sistema músculo-esquelético: dor óssea, dor torácica. * Trato gastrintestinal: náusea, vômito, dor abdominal, constipação, diarréia, apetite diminuído, pancreatite. * Disfunções metabólica, hepática e renal: elevação sérica dos triglicérides, colesterol, transaminases (TGP, TGO), creatinina. Foram relatados casos ocasionais de hipercalcemia. * Sistema respiratório: dispnéia, insuficiência respiratória, derrame pleural, síndrome semelhante à asma. * Sistema cardiovascular: arritmias, ruborização, edema. Alguns casos de trombose também foram relatados. Estas reações adversas não parecem representar um risco permanente ou irreversível. A decisão de interromper ou continuar a terapia deve ser baseada na avaliação do benefício do tratamento em relação à gravidade dos efeitos colaterais. * Síndrome do Ácido Retinóico em pacientes com leucemia promielocítica aguda. Os sinais, sintomas e manifestações dessa síndrome potencialmente fatal, assim como a sua prevenção e terapia foram descritas acima (vide Precauções e Advertências). * Teratogenicidade: vide Gravidez e Lactantes. Há informações limitadas sobre a segurança do uso da tretinoína em crianças. Houve alguns relatos de aumento da toxicidade em crianças tratadas com tretinoína, particularmente aumento do pseudotumor cerebral.

Posologia

Recomenda-se uma dose diária total de 45 mg/m2 de superfície corpórea dividida em duas doses iguais, por via oral, para pacientes portadores de leucemia promielocítica aguda. Isto corresponde a aproximadamente 8 cápsulas diárias para um adulto. Recomenda-se que pacientes pediátricos sejam tratados com 45 mg/m2, a menos que toxicidades graves surjam. A redução da dose deve ser particularmente considerada para crianças com cefaléia intratável. O tratamento deve ser continuado por 30 a 90 dias até que se obtenha remissão completa. Devido à falta de maiores informações no caso de insuficiência renal e/ ou hepática a dose será reduzida para 25 mg/m2 como uma medida de precaução. Após remissão completa, um esquema de quimioterapia de consolidação incluindo antraciclina e citosina arabinosídeo deve ser iniciado imediatamente; por exemplo, três cursos em intervalos de 5 a 6 semanas. Se houve remissão com ácido all-trans-retinóico sozinho, não é necessário modificar as doses da tretinoína se ela for utilizada com quimioterapia. O efeito da comida na biodisponibilidade do ácido all-trans-retinóico não foi caracterizado. Uma vez que sabemos que a biodisponibilidade dos retinóides, como uma classe, aumenta na presença de comida, recomenda-se que o ácido all-trans-retinóico seja administrado com uma refeição ou pouco depois dela.

Superdosagem

Até agora, não foram relatados casos de superdosagem aguda com o ácido all-trans-retinóico. Entretanto, no caso de superdosagem acidental com ácido all-trans-retinóico, sinais reversíveis de hipervitaminose A (cefaléia, náusea, vômito) podem aparecer. A dose recomendada em leucemia promielocítica aguda é de um quarto da dose máxima tolerada em pacientes portadores de tumores sólidos e abaixo da dose máxima tolerada em crianças. Não há tratamento específico no caso de uma superdosagem, no entanto, é importante que o paciente seja tratado em uma unidade hematológica especial.

Informações

O ácido all-trans-retinóico é um metabólito natural do retinol e pertence à classe dos retinóides, que compreende análogos naturais e sintéticos. Estudos com o ácido all-trans-retinóico in vitro demonstraram indução de diferenciação e inibição de proliferação celular em linhagens de células hematopoiéticas transformadas, incluindo as linhagens de células leucêmicas mielóides humanas. O mecanismo de ação na leucemia promielocítica aguda (LPA) não é conhecido podendo ser devido a uma alteração na ligação do ácido all-trans-retinóico a um receptor no núcleo celular de ácido retinóico (RAR) uma vez que o ­ - receptor do ácido retinóico é alterado pela fusão com a proteína chamada LPM.

o a uma alteração na ligação do ácido all-trans-retinóico a um receptor no núcleo celular de ácido retinóico (RAR) uma vez que o ­ - receptor do ácido retinóico é alterado pela fusão com a proteína chamada LPM.