Bulas de Remédios

As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.



Laboratório

Eurofarma

Referência

Cisplatina

Apresentação

10 mg. Embalagem contendo 1 frasco-ampola de 10 mg/20 mL.
50 mg. Embalagem contendo 1 frasco-ampola de 50 mg/100 mL.

USO ADULTO E PEDIÁTRICO

COMPOSIÇÃO: Cada mL de solução injetável contém:
Cisplatina.............................................................................0,5mg Veículo.....................q.s.p.................................................... 1 mL

Indicações

Cisplatina é uma droga muito eficaz sobre uma ampla variedade de tumores, levando a uma remissão a longo prazo nos tumores testiculares, ovarianos, pulmonar de pequenas células etrofoblásticas, geralmente em terapia combinada. Cisplatina pode também ser útil no tratamento de carcinomas de bexiga, cabeça e pescoço e endométrio, assim como para quimioterapia em linfomas e algumas neoplasias da infância. Espectro de atividade (em combinação com outras drogas) Grande eficácia (> 70% EO, incluindo > 50% CR): Câncer testicular, Coriocarcinoma de placenta, Câncer de ovário, Carcinoma de pulmão de pequenas células. Eficácia considerável (> 30% EO, incluindo > 10% CR): Câncer de bexiga, Câncer gástrico, Câncer de pulmão de células não pequenas, Câncer epidermóide, Câncer nasofaringeano, Osteossarcoma. Eficácia moderada (2% EO): Sarcomas de tecidos moles, Câncer de próstata, Câncer medular de tiróide, Neuroblastoma. Ineficaz: Hematossarcomas, Leucemias, Câncer de mama, Câncer colo-retal, Melanoma. OBS.: EO = efeito observado CR = resposta completa A cisplatina faz parte de inúmeros protocolos e apresenta ação sinergética com outros agentes alquilantes, antraciclinas, 5-FU entre outros.

Contra-indicações

Cisplatina está contra-indicada a pacientes que apresentem antecedentes de alergia aos derivados da platina. Cisplatina também não deverá ser utilizada durante a gravidez e lactação, nem por indivíduos com problemas auditivos e nefropatas.

Advertências

A cisplatina deverá ser utilizada com os devidos cuidados naqueles pacientes com problemas renais e auditivos e com histórico anterior de alergia de um modo geral. Recomenda-se ainda a hidratação adequada assim como o uso de antieméticos.

Uso na gravidez: A cisplatina pode ser tóxica para o trato urogenital fetal. Recomenda- se de um modo geral evitar, se possível, o uso de agentes antineoplásicos sobretudo durante o primeiro trimestre da gravidez, principalmente quando utiliza-se a terapia combinada. Portanto, devido à escassez de dados quanto à sua utilização durante a gravidez, o médico quimioterapeuta deve avaliar os riscos e benefícios de sua utilização, levando em consideração o potencial mutagênico, teratogênico e carcinogênico destes medicamentos.

Lactação: Ainda não se dispõe de informações suficientes referentes à excreção de antineoplásicos no leite materno, portanto não se recomenda a lactação durante o uso de cisplatina devido aos possíveis riscos para o lactente.

Uso pediátrico: Os efeitos ototóxicos de cisplatina podem ser mais graves nas crianças.

Uso odontológico: Os efeitos mielodepressores da cisplatina podem acarretar um aumento da incidência de infecções microbianas, atraso na cicatrização e hemorragia gengival. O tratamento odontológico deve ser concluído antes de iniciar a terapia ou adiado se possível, até que os valores hematológicos voltem aos seus limites normais.

Interações medicamentosas

Alopurinol, colchicina, probenecida e sulfimpirazona: acarretam um aumento do ácido úrico no sangue, o que obriga a um ajuste na dose no caso de uso combinado com a cisplatina e evitando assim uma possível nefropatia por ácido úrico.

Anti-hístamínicos, buclizina, loxapina, meclozina, fenotiazina, tioxantenos e trimetobenzamida: o uso associado com cisplatina pode mascarar os sintomas de uma eventual ototoxicidade, tais como zumbidos, tontura e vertigem.

Bleomicina: a disfunção renal induzida por cisplatina pode dar lugar a uma toxicidade pela bleomicina, mesmo quando são utilizadas doses reduzidas; recomenda-se, portanto, muita precaução devido à freqüente associação dessas duas substâncias.

Medicamentos que produzem discrasia sangüínea, depressores da medula óssea e radioterapia: o uso simultâneo com cisplatina pode aumentar o efeito depressor medular, recomendando-se, portanto, uma redução de suas doses.

Medicamentos nefrotóxicos e ototóxicos: deve-se evitar a administração simultânea e/ou seqüencial, uma vez que pode aumentar o potencial de oto e nefrotoxicidade; principalmente na presença de disfunção renal.

Vacinas com vírus vivos: uma vez que os mecanismos normais de defesa estão suprimidos, o uso simultâneo de vacinas com vírus pode potencializar a replicação viral, aumentar os efeitos secundários/adversos da vacina e/ou diminuir a resposta humoral do paciente à vacina; a imunização desses pacientes somente deverá ser realizada após uma cuidadosa revisão do quadro hematológico do paciente e somente com o conhecimento e consentimento do médico responsável pela administração de cisplatina. O intervalo de tempo entre a interrupção dos medicamentos que produzem imunossupressão e a recuperação da capacidade de resposta à vacina depende da intensidade e do tipo de medicação imunossupressora utilizada, da enfermidade subjacente entre outros fatores e estima-se este tempo entre 3 meses e 1 ano. Os pacientes com leucemia em fase de remissão não devem receber vacinas com vírus até pelo menos 3 meses após a última quimioterapia. Além disso, a imunização com vacinas orais de poliovírus deve ser adiada naquelas pessoas com contato direto com o paciente.

Reações adversas / Efeitos colaterais

Insuficiência renal: está relacionada com a concentração de platina no ultrafiltrado glomerular de maneira dose-relacionada. A insuficiência renal geralmente instala-se durante a segunda semana de tratamento e pode ser irreversível quando forem administradas altas doses ou tratamentos repetidos. Este quadro também pode estar associado a hipovolemia às vezes comuns nestes pacientes e à má hidratação. O manitol diminui o risco de lesão renal aguda, pela indução da diurese osmótica. A toxicidade cumulativa da CDDP não pode ser prevista, mas está relacionada com o número de ciclos de tratamento e à quantidade de droga administrada; muitos pacientes com cursos múltiplos de CDDP apresentam uma redução significativa de 30 a 60% do clearance de creatinina.

Distúrbios eletrolíticos: hipomagnesemia, hipocalcemia, hipopotassemia e hipofosfatemia têm sido relatadas e parecem ser devidas às lesões tubulares, agudas ou crônicas.

Neurotoxicidade: é observada em todos os pacientes em grau subclínico após cursos repetidos, tornando-se significativa nos regimes em altas doses.

Ototoxicidade: está relacionada com lesão neuronal no órgão de Corti, ocorrendo com mais frequência nos pacientes idosos e com lesões auditivas prévias. Manifesta- se por zumbidos e perda da audição para as faixas de alta-frequência (4000-8000 Hz), podendo ser uni ou bilateral. É geralmente irreversível.

Hematológicas: esquemas intermitentes têm apresentado alguma toxicidade sobre os leucócitos e plaquetas (graus WHO) ao redor dos 14 dias, mas de grau leve e reversível. As doses cumulativas influenciam o desenvolvimento de anemia, devida provavelmente a um mecanismo de envenenamento enzimático por metal pesado.

Náuseas e vômitos: ocorrem em quase todos os pacientes.

Outras: alergia, anemia hemolítica, exantema cutâneo, hiper-uricemia, convulsões e distúrbios cardíacos têm sido referidas com o uso da cisplatina. Reações do tipo anafiláticas caracterizadas por edema facial, broncoconstrição, taquicardia e hipotensão podem ocorrer dentro de minutos após a administração e devem ser tratadas com epinefrina intravenosa e corticóide ou anti-histamínicos.

Carcinogenicidade: os processos malignos secundários são possivelmente efeitos retardados de muitos antineoplásicos, embora ainda não esteja claro se este efeito está relacionado com a ação mutagênica ou imunossupressora. Também não se conhece o efeito da dose e da duração do tratamento, embora pareça aumentar o risco com o tratamento a longo prazo. Embora as informações ainda sejam escassas, os dados disponíveis parecem indicar que os riscos de carcinogenicidade são maiores com os agentes alquilantes.

Mutagenicidade: a cisplatina é mutagênica em bactérias e se tem demonstrado que produz alterações cromossômicas em culturas de tecidos de célula de animais.

Teratogenicidade: a cisplatina tem se mostrado embriotóxica e teratogênica em animais. A cisplatina pode aumentar os valores séricos do ácido úrico, uréia e creatinina, devido à sua nefrotoxicidade. Pode também acarretar uma diminuição do clearance de creatinina e das concentrações séricas de cálcio, magnésio, fosfato e potássio. Pode acarretar ainda uma leucopenia e trombocitopenia.

Posologia

Uso isolado:
a dose usual recomendada de cisplatina é de 100 mg/m2, E.V., a cada 4 semanas.
Uso quimioterápico:
nestas situações a dose é reduzida para 50 mg/m2, E.V., a cada 3 semanas. Vários esquemas posológicos têm sido sugeridos objetivando eliminar os problemas de toxicidade renal e auditiva. O esquema mais freqüentemente utilizado é o seguinte:
1. Hidratação e diurese com manitol, quando se utilizam doses elevadas e intermitentes de cisplatina (70 - 120 mg/m2);
2. Curso com doses super altas por 5 dias (200 mg/m2) com solução salina hipertônica a 3%;
3. Três a cinco dias com esquemas de perfusão curta e hidratação oral, para pacientes ambulatoriais;
4. Infusão contínua (5-7 dias) com 20-25 mg/m2/dia a cada 4 semanas. Com o objetivo de se prevenir a insuficiência renal, recomenda-se a hidratação do paciente com a infusão de 1-2 litros de líquidos 8 a 12 horas antes do tratamento. O total da cisplatina é então diluído em uma solução a 5% de glicose, contendo solução salina e manitol, administrada intravenosamente por um período de 6 a 8 horas.
Recomenda-se a hidratação continuada por um período de 24 horas objetivando manter uma eliminação urinária adequada. Alguns autores recomendam a administração concomitante de 40 mg de furosemida.
Repetição de cursos de drogas não devem ser realizados até que os testes das funções renal, auditiva e hematológica estejam dentro dos limites considerados como normais.

RECOMENDA-SE A NÃO UTILIZAÇÃO DE AGULHAS OU EQUIPAMENTOS QUE CONTENHAM ALUMÍNIO QUANDO DA PREPARAÇÃO OU ADMINISTRAÇÃO DA DROGA, POIS O ALUMÍNIO REAGE COM A CISPLATINA, INATIVANDO-A.

Superdosagem

A utilização de infusão contínua, infusão prolongada, doses pequenas repetidas e boa hidratação, bem como o manitol, têm sido sugeridos com o intuito de se minimizar a insuficiência renal proveniente de superdoses.

Características farmacológicas

Farmacodinâmica:
A cisplatina penetra nas células por difusão. Os átomos de cloro são deslocados diretamente por reação com nucleófilos como os tióis; a hidrólise do cloro é provavelmente responsável pela formação de espécies ativadas da droga. Os complexos de platina podem reagir com o DNA, formando ligações cruzadas inter e intra filamentosas. É provável que a forma geométrica cis é mais propensa à formação de união cruzada intra e inter filamentosa que a forma trans. A formação das ligações cruzadas inter filamentosas é um processo bastante lento e ocorre em pequena extensão. A união covalente com proteínas do DNA também tem sido demonstrada. Até o momento não existe uma associação conclusiva entre o tipo simples de lesão bioquímica e a citotoxicidade. A especialidade de cisplatina com relação à fase do ciclo celular parece ser diferente entre os tipos celulares, embora os efeitos de ligações cruzadas sejam mais pronunciados durante a fase S. Mesmo sendo a cisplatina mutagênica e teratogênica, uma maior incidência de tumores secundários, que tem sido observada com certos agentes alquilantes, não têm sido reportada com o uso da cisplatina. Tornam-se necessárias, todavia, observações mais detalhadas e por longo prazo, antes que as conclusões sejam tomadas a este respeito. Além de reagir com o DNA, a cisplatina pode reagir com outros nucleófilos como o grupo das proteínas tiol. Especula-se que alguns dos efeitos tóxicos da droga, como nefro e ototoxicidade, além dos vômitos intensos, sejam devidos a estas reações. A cisplatina tem uma ação imunossupressora. Rejeições de enxerto de pele e respostas enxerto versus hospedeiro são suprimidas em animais, do mesmo modo que a mitogênese é estimulada em linfócitos pela fito- hemaglutinina.

Farmacocinética:
A cisplatina não é eficaz quando administrada por via oral. Após a administração intravenosa rápida, a droga apresenta uma meia-vida plasmática inicial por volta dos 25 a 50 minutos; as concentrações plasmáticas diminuem subseqüentemente apresentando uma meia-vida de 58 a 73 horas. Mais de 90% da platina plasmática encontra-se unida às proteínas, sob forma inativa. Concentrações elevadas de cisplatina são encontradas nos rins, fígado, intestinos e testículos, mas existe uma baixa penetração no SNC, pois a droga não atravessa facilmente a barreira hematoencefálica. Somente uma pequena porção da droga livre é eliminada pelos rins, sendo cerca de 10% nas primeiras 4 horas e 30% durante 24 horas. Após 5 dias, até 43% da dose administrada é encontrada na urina. A cisplatina é eliminada por filtração e também secretada pelos túbulos renais, especialmente sob a forma de metabólitos reativos. O aumento da diurese induzido pelo manitol não altera a eliminação renal da cisplatina, mas diminui a eliminação dos metabólitos tóxicos. Quando a cisplatina é administrada por infusão ao invés de injeção intravenosa rápida, a meia-vida plasmática fica diminuída, e o montante de droga excretado é maior. A quantidade de cisplatina excretada pelo trato biliar ou intestinal ainda é desconhecida. O ritmo circadiano não afeta a eliminação e a toxicidade da cisplatina no homem.

Armazenagem

Conservar o produto em temperatura ambiente (15o - 30oC) e ao abrigo da luz.

Informações

Os complexos derivados da platina são agentes citotóxicos e foram identificados pela primeira vez por Rosemberg (1965). A inibição do crescimento de Escherichia coli foi observada quando houve uma passagem de corrente elétrica entre dois elétrodos de platina. O efeito inibitório sobre a replicação bacteriana foi demonstrado posteriormente ser devido à formação inorgânica contendo platina na presença de íons de amônio e cloro (Rosemberg et al. 1965 e 1967). A cisplatina (cis-diaminodicloro platinum II) demonstrou ser o composto mais ativo dentre aqueles estudados em tumores experimentais e provou ser de valor clínico. Outros compostos contendo platina foram sintetizados subseqüentemente e muitos encontram-se em fase de ensaios clínicos. Apesar da sua nefro e ototoxicidade, a cisplatina é muito útil em terapia combinada contra as metástases de carcinoma testicular e ovariano; resultados positivos também têm sido observados durante o tratamento de tumores da bexiga, cabeça e pescoço.

Dizeres legais

VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
USO RESTRITO A HOSPITAIS

Lote, fabricação e validade: vide cartucho.
Reg. MS- 1.2214.0022
Resp. Téc.: Maria Rita Maniezi - CRF-SP no 9.960

Fabricado por Eurofarma Laboratórios Ltda.
Av. Vereador José Diniz, 3465 - Campo Belo - São Paulo - SP
Distribuído por: ZODIAC PRODUTOS FARMACÊUTICOS S/A.,
Sede: Rodovia Vereador Abel Fabrício Dias, 3.400
Pindamonhangaba - SP
C.N.P.J. 55.980.684/0001-27 - Indústria Brasileira
SAC: 0800 -166575

OS S/A.,
Sede: Rodovia Vereador Abel Fabrício Dias, 3.400
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