As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.
Laboratório
AchéApresentação
Comprimidos revestidos em blísteres de 20Indicações
Remotiv está indicado para o tratamento da depressão leve a moderada.Contra-indicações
Este medicamento é contra-indicado em casos de hipersensibilidade a
quaisquer dos componentes de sua formulação. Está também contraindicado
em casos de conhecida fotossensibilidade ao Hypericum.Advertências
Embora o extrato seco de Hypericum perforatum já venha sendo utilizado
em pacientes por muitos anos, não há dados específicos de segurança
sobre sua utilização em pacientes com insuficiência renal ou hepática.
Portanto, Remotiv deve ser utilizado com cautela nesses pacientes.
Doses muito altas do extrato seco de Hypericum perforatum podem
causar fotossensibilização. Contudo, não há relatos de fotossensibilização
com o uso das doses recomendadas. Pacientes com história prévia de
fotossensibilização a outros fármacos devem evitar se expor ao sol na
vigência do tratamento com Remotiv.
O uso concomitante do Hypericum com medicamentos metabolizados pelo
citocromo P450 3A4, 1A2 e 2E1 pode resultar em redução dos níveis séricos
destas drogas e subseqüente perda da efetividade do tratamento (vide item
Interações medicamentosas). No entanto, o extrato é pobre
em hiperforina (menos de 2 mg/dia), o alcalóide responsável pela maioria
das interações, atuando através da indução da isoenzima CYP3A4 do
citocromo P450. Desta maneira, a chance de interação medicamentosa
de Remotiv com as drogas metabolizadas por estas vias enzimáticas
hepáticas é bem menor, quando comparada a outros extratos de Hypericum
ricos em hiperforina.
Remotiv só deve ser utilizado em crianças sob orientação médica.
Remotiv não afeta a capacidade de dirigir veículos ou de operar máquinas.
USO EM IDOSOS, CRIANÇAS E OUTROS GRUPOS DE RISCO:
Não há necessidade de ajuste de dose para idosos ou de outras
recomendações especiais para este grupo. Embora o extrato seco de
Hypericum perforatum já venha sendo utilizado em pacientes por muitos
anos, não há dados específicos de segurança sobre sua utilização em
pacientes com insuficiência renal ou hepática.
Portanto, Remotiv deve ser utilizado com cautela nesses pacientes.
Remotiv só deve ser utilizado em crianças sob orientação médica.Uso na gravidez
Gravidez: Hypericum pertence à categoria de risco C, segundo Briggs e col.
As informações clínicas acerca do uso durante a gravidez e a
lactação são insuficientes. O Hypericum demonstrou leve ação ocitócica in
vitro. Tem sido listada em algumas referências como estimulante uterino e
como abortivo.
Há sugestão na literatura, ainda não comprovada, de que o Hypericum
teria um potencial genotóxico e mutagênico para o esperma humano.Interações medicamentosas
O uso concomitante do Hypericum com medicamentos metabolizados pelo
citocromo P450 3 A4, 1 A2 e 2E1 pode resultar em redução dos níveis séricos
destas drogas e subseqüente perda da efetividade do tratamento.
No entanto, o extrato é pobre em hiperforina (menos de 2
mg/dia), o alcalóide responsável pela maioria das interações, atuando
através da indução da isoenzima CYP3A4 do citocromo P450. Desta
maneira, a chance de interação medicamentosa com as drogas
metabolizadas por estas vias enzimáticas hepáticas é bem menor, quando
comparada a outros extratos de Hypericum ricos em hiperforina.
As possibilidades de interação são as seguintes:
- Redução da eficácia do medicamento concomitante: ansacrina,
anticoagulantes orais, barbituratos, benzodiazepínicos, betabloqueadores,
bloqueadores dos canais de cálcio, clorzoxazona, clozapina, contraceptivos orais
combinados, ciclofosfamida, ciclosporina, debrisoquina, digoxina, estrógenos,
etoposídeo, inibidores da HMG CoA redutase, imatinib, irinotecana, paclitaxel,
fenitoína, reserpina, tamoxifeno, teofilina. Remotiv não alterou
os níveis plasmáticos da digoxina e de um contraceptivo oral constituído
por etinilestradiol e 3-cetodesogestrel em ensaios de biodisponibilidade
(vide item Resultados de Eficácia).
- Redução dos níveis séricos do medicamento concomitante: amiodarona,
carbamazepina, metadona, inibidores da transcriptase reversa não-nucleosídica,
antiretrovirais inibidores da protease, sirolimus, tracolimus, verapamil.
- Aumento do risco de síndrome serotoninérgica: buspirona, fenfluramina,
inibidores da MAO, nefazodona, inibidores seletivos da recaptação da
serotonina, agonistas serotoninérgicos, trazodona, antidepressivos tricíclicos,
venlafaxina.
- Aumento do risco de fotossensibilidade: outras drogas sabidamente
fotossensibilizantes, ácido aminolevulínico.
- Alteração da consciência: Gingko biloba, loperamina, analgésicos opióides.
- Aumento do risco de colapso cardiovascular: anestésicos.
- Hipoglicemia: antidiabéticos.Reações adversas / Efeitos colaterais
- Cardiovascular: estudos clínicos demonstram que o Hypericum não altera
os intervalos de condução cardíaca, mesmo em tratamentos
prolongados, sendo uma droga aparentemente segura em pacientes
deprimidos com anormalidades de condução. Há relatos de alguns casos
de edema e de crise hipertensiva na vigência do tratamento com
Hypericum.
- Sistema Nervoso Central: Hypericum parece não provocar distúrbios de
coordenação, concentração ou atenção. Em estudos de revisão, 7% dos
pacientes apresentaram cefaléia, 5% cansaço e fadiga e 6% agitação.
Como os estudos foram realizados em pacientes deprimidos, é difícil
atribuir os efeitos apenas ao medicamento. Há descrição na literatura de
um caso de neuropatia relacionada ao uso de Hypericum e exposição concomitante
ao sol.
- Efeitos Psiquiátricos: Há relatos de recidiva de sintomas psicóticos após
uso de Hypericum em pacientes com esquizofrenia controlada, assim
como relatos de mania e hipomania em pacientes com transtorno bipolar
controlado. Há ainda na literatura, um relato de paciente que desenvolveu
sintomas de ansiedade generalizada após 3 doses de Hypericum.
- Endócrino-metabólico: Foi descrito um caso de hipertermia com o uso
concomitante de Hypericum e exposição à luz solar. Em um estudo
retrospectivo de caso-controle, 2 pacientes de um grupo de 37 com níveis
elevados de TSH, estavam em tratamento com Hypericum.
- Gastrintestinal: Estudos de revisão demonstram baixa incidência de
anorexia, diarréia, epigastralgia e náusea (0,55% de 3250 pacientes
analisados). Em outro estudo, 5% dos pacientes apresentaram sintomas
gastrintestinais, 3% boca seca e constipação. Há relatos de elevação das
enzimas hepáticas durante o tratamento com Hypericum, que voltaram aos
níveis normais após interrupção do tratamento.
- Geniturinário: Em um ensaio clínico envolvendo 229 pacientes, 30
relataram polaciúria e 28 anorgasmia.
- Pele: Vários estudos relatam casos de fotossensibilidade com o uso de
Hypericum, sendo a hipericina considerada o constituinte fototóxico, uma
vez que é um pigmento fotodinâmico. Os sintomas descritos são erupção
cutânea, prurido e eritema. Há casos de reações de pele, sem relação com
a exposição ao sol, que incluem prurido, exantema, inchaço e eritrodermia.Posologia
Adultos - A dose recomendada é de dois a cinco comprimidos ao dia, divididos em duas tomadas diárias, de preferência uma de manhã e outra à noite, ou
conforme orientação médica. Os comprimidos devem ser ingeridos inteiros, com
um pouco de líquido, durante ou após as refeições.
Os efeitos antidepressivos evidenciam-se, em geral, após 10 a 14
dias de tratamento. Recomenda-se o tratamento durante 4 a 6 semanas.
A continuidade do tratamento além desse período deverá ser julgada a critério
médico, com base na resposta terapêutica.
Este medicamento é indicado para adultos e crianças maiores de 12 anos.Superdosagem
Pacientes que ingeriram grandes doses de Hypericum devem ser protegidos da
exposição solar e da radiação ultravioleta por pelo menos uma semana. Devem
ser submetidos à observação clínica e a exames laboratoriais de rotina. Não há
relatos na literatura de casos de sobredose ou de intoxicação humana pelo
Hypericum.Informações
Cada comprimido revestido contém 250 mg de extrato seco ZE 117 de Hypericum
perforatum L. Excipientes: celulose microcristalina, lactose, macrogol, estearato de
magnésio, propilenoglicol e opadry OY-22963 (composto por hipromelose, dióxido de
titânio, macrogol e óxido de ferro).
Correspondência em marcador:
O extrato seco está padronizado em 0,20% de hipericina total.
Diversos grupos de produtos naturais bioativos foram identificados a
partir do Hypericum. Os principais grupos de constituintes bioativos dos extratos secos de Hypericum são: fenilpropanos (incluindo ácidos clorogênico e caféico),
glicosídeos flavonóides (incluindo quercetina, hiperosídeo ou hiperina, rutina
e isoquercitrina), biflavonas (amentoflavona), proantocianidinas e taninos,
xantonas, floroglicinóis (hiperforina), aminoácidos (GABA) e naftodiantronas (isto
é, hipericina). Estes constituintes estão presentes em quantidades diferentes nos
extratos de Hypericum e não está totalmente estabelecido quais os constituintes
que são responsáveis pelos efeitos terapêuticos dos vários extratos de
Hypericum. Embora os efeitos farmacológicos desses diversos constituintes
tenham sido descritos, é bem provável que alguns deles não contribuam (ou o
façam de forma limitada) para o(s) mecanismo(s) responsável(eis) pelo efeito
antidepressivo dos extratos de Hypericum.
No entanto, parece que alguns constituintes dos extratos de Hypericum (cujos
candidatos mais prováveis são as naftodiantronas, como a hipericina, os
floroglicinóis, como a hiperforina, e determinados flavonóides) possuem
propriedades bioquímicas bastante similares às propriedades dos compostos dos
antidepressivos clássicos, como os tricíclicos, inibidores de MAO e inibidores
seletivos da recaptação de serotonina e/ou noradrenalina. Na verdade, como
ocorre com os extratos de Hypericum, a inibição das enzimas catabólicas
MAO-A e COMT e a inibição da recaptação neuronal de neurotransmissores
aminérgicos, como serotonina, noradrenalina e dopamina, foi comprovada com
alguns desses constituintes.
Suspeitava-se inicialmente que a inibição de MAO-A fosse o mecanismo
responsável pelas propriedades antidepressivas do extrato de Hypericum, e
numerosos autores investigaram os efeitos inibitórios da MAO-A de vários
constituintes do Hypericum. Ainda que vários autores tenham afirmado que
as naftodiantronas, como a hipericina, os flavonóides, como quercetina e
quercitrina, e as xantonas, como a tetraidroxantona, são capazes de inibir a
MAO-A, isso ocorre em concentrações muito elevadas para terem relevância
terapêutica (com a possível exceção dos flavonóides). Esses achados
questionam mais uma vez se a inibição da MAO-A é responsável pelos efeitos
antidepressivos do extrato de Hypericum, e em caso positivo, qual componente
é responsável por esse efeito.
Comprovou-se que a amentoflavona, porém não a hipericina, liga-se com alta
afinidade aos receptores benzodiazepínicos, ampliando o achado inicial de
Nielsen et al. A afinidade da amentoflavona por esse receptor é cerca de dez
vezes maior que a encontrada com o extrato de Hypericum. Outros constituintes
do extrato, como quercetina, rutina e hiperosídeo, não mostram a mesma
afinidade alta pelos receptores benzodiazepínicos, como a que se obtém com a
amentoflavona, sugerindo que o constituinte responsável pela ligação do extrato
de Hypericum aos receptores de benzodiazepina é, provavelmente, a
amentoflavona.
Recentemente, relatou-se que um floroglicinol, a hiperforina, era capaz de inibir
a recaptação de serotonina in vitro. Além disso, Müller (1997) relatou que a
hiperforina inibe não só a recaptação de serotonina, mas também a de
noradrenalina, dopamina, GABA e levo-glutamato. De acordo com Müller, esse
fenômeno ocorre em concentrações que não só não se ligam a carreadores
de proteínas mas também são inferiores àquelas em que a hipericina
afeta MAO-A/B. Portanto, ele formulou uma hipótese, ainda não totalmente
confirmada, de que a hiperforina é um constituinte ativo do extrato de Hypericum
e, possivelmente, relevante em termos terapêuticos.
Ainda que outros constituintes do extrato, como fenilpropanos, xantonas,
proantocianidinas, taninos, óleo essencial e aminoácidos tenham propriedades farmacológicas,
não é provável que esses efeitos contribuam de modo
significativo para as propriedades antidepressivas do extrato de Hypericum, pois
esses efeitos farmacológicos ocorrem apenas em concentrações mais altas,
que provavelmente não são atingidas com a administração oral do extrato.
Resumindo, parece justificável concluir que os efeitos terapêuticos do extrato de
Hypericum devem-se à combinação de efeitos bioquímicos múltiplos, produzidos,
em extensão variável, por diferentes constituintes biologicamente ativos do
extrato, como a hipericina, a rutina, a mentoflavona e a hiperforina.elmente não são atingidas com a administração oral do extrato.
Resumindo, parece justificável concluir que os efeitos terapêuticos do extrato de
Hypericum devem-se à combinação de efeitos bioquímicos múltiplos, produzidos,
em extensão variável, por diferentes constituintes biologicamente ativos do
extrato, como a hipericina, a rutina, a mentoflavona e a hiperforina.