As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.
Laboratório
SanofiApresentação
Comprimidos revestidos de bissulfato de clopidogrel 75 mg: embalagem com 7, 14 ou 28
Comprimidos revestidos de ácido acetilsalicílico 100 mg: embalagem com 7, 14 ou 28Indicações
Plavix Protect é indicado para a prevenção de eventos aterotrombóticos em
pacientes adultos com síndrome coronariana aguda. Plavix Protect apresenta como
objetivo a terapêutica de manutenção da síndrome coronariana aguda e não da fase
aguda (nesses casos, utilizar o ácido acetilsalicílico sem cobertura entérica):
- Síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento ST (angina instável ou infarto
do miocárdio sem onda Q).
- Infarto do miocárdio com elevação do segmento ST em pacientes tratados com terapia
trombolítica, exceto na fase agudaContra-indicações
Em razão da presença de ácido acetilsalicílico e clopidogrel, Plavix Protect é
contraindicado para:
- Pacientes com hipersensibilidade ao ácido acetilsalicílico, ao clopidogrel ou a qualquer
outro componente da fórmula.
- Pacientes com insuficiência hepática severa.
- Pacientes com hemorragia de origem patológica como úlcera péptica ou hemorragia
intracraniana.
Em razão da presença de ácido acetilsalicílico, Plavix Protect também é
contraindicado:
- Em pacientes com alergia conhecida aos AINEs e em pacientes com asma, rinite e
pólipos nasais.
- Em pacientes com insuficiência renal grave.Advertências
Plavix Protect não deve ser utilizado na fase aguda das síndromes coronarianas e
na fase aguda do infarto do miocárdio (nesses casos, os pacientes devem receber
imediatamente o ácido acetilsalicílico sem revestimento entérico).
Devido ao risco de hemorragia e efeitos hematológicos indesejáveis, a contagem de
células sanguíneas e outros testes apropriados devem ser considerados sempre que
surgirem sintomas clínicos durante o tratamento. Por ser um agente antiplaquetário
duplo, Plavix Protect deve ser usado com cautela em pacientes que se encontram
sob risco aumentado de hemorragia decorrente de trauma, cirurgia ou outras condições
patológicas e em pacientes em tratamento com outros AINES incluindo inibidores da
COX-2, heparina, inibidores da glicoproteína IIb/IIIa ou trombolíticos. Os pacientes
devem ser acompanhados cuidadosamente caso existam sinais de hemorragia incluindo
hemorragia oculta especialmente durante as primeiras semanas de tratamento e/ou
procedimentos cardíacos invasivos ou cirurgia. Por causa do aumento no risco de
hemorragia, a administração concomitante e varfarina precisa ser
avaliada com cautela.
Caso o paciente seja submetido a uma cirurgia eletiva e não for desejável o efeito
antiplaquetário, Plavix Protect deve ser descontinuado 7 dias antes da cirurgia.
Plavix Protect prolonga o tempo de sangramento e deve ser usado com cautela em
pacientes que tenham lesões com propensão a hemorragia (particularmente
gastrintestinais e intraoculares).
Muito raramente, após curta exposição ao clopidogrel, foi reportada púrpura
trombicitopênica trombótica (PTT). A PTT é caracterizada por trombocitopenia e anemia
hemolítica microangiopática, podendo estar associada com sintomas neurológicos,
disfunção renal ou febre. PTT é uma condição clínica potencialmente fatal requerendo
atendimento imediato, incluindo plasmaferese (troca plasmática).
Em pacientes de alto risco de eventos isquêmicos que apresentaram ataque isquêmico
transitório ou acidente vascular cerebral recente, a associação de ácido acetilsalicílico
com clopidogrel evidenciou incremento de hemorragias maiores. Portanto, essa
associação deve ser feita com cuidado, fora das situações clínicas nas quais os
benefícios foram comprovados.
Devido à presença de ácido acetilsalicílico, deve-se ter cautela em pacientes com:
- história de asma ou problemas alérgicos já que possuem um risco aumentado de
desenvolver reações de hipersensibilidade;
- gota já que baixas doses de ácido acetilsalicílico aumentam a concentração de urato.
Recomenda-se precaução em pacientes com insuficiência hepática leve e moderada.
Quando o ácido acetilsalicílico é administrado às crianças, existe uma associação
possível entre ele e a síndrome de Reye. A síndrome de Reye é uma doença muito rara
que pode ser fatal.
Plavix Protect deve ser usado com cautela em pacientes com história de úlcera
péptica, hemorragia gastroduodenal ou sintomas gastrintestinais menores já que podem
ser decorrência de ulceração gástrica que pode levar à hemorragia gástrica.
Podem ocorrer efeitos adversos gastrintestinais incluindo dor de estômago, azia, náusea,
vômito e hemorragia gastrintestinal. Embora sintomas gastrintestinais menores (ex.
dispepsia), sejam comuns e possam ocorrer a qualquer momento durante o tratamento,
os médicos devem estar alerta quanto a sinais de ulceração e hemorragia, mesmo na
ausência de sintomas gastrintestinais prévios.
Os pacientes devem ser orientados a informar ao médico que estão em uso de PLAVIX
PROTECT, antes de qualquer procedimento cirúrgico ou uso de outro medicamento.
Pacientes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência de
Lapp lactase ou má absorção de glucose-galactose não devem utilizar este
medicamento.
Farmacogenética: Baseado em dados da literatura, pacientes com a função da enzima
CYP2C19 geneticamente reduzida apresentam baixa exposição sistêmica ao metabólito
ativo de clopidogrel e respostas antiplaquetárias diminuídas, e, geralmente, apresentam
maiores taxas de eventos cardiovasculares após um infarto do miocárdio do que os
pacientes com função da enzima CYP2C19 normal (vide Propriedades
Farmacocinéticas).
Risco de uso por via de administração não recomendada
Não há estudos dos efeitos administrado por vias não
recomendadas. Portanto, por segurança e para garantir a eficácia deste medicamento, a
administração deve ser somente pela via oral.Uso na gravidez
Não há dados disponíveis sobre mulheres grávidas expostas ao Plavix Protect e
não há dados disponíveis para clopidogrel em monoterapia. Estudos em animais demonstraram efeito teratogênico proveniente do ácido acetilsalicílico. Por essa razão,
como precaução, o uso durante a gravidez não é recomendado.
Categoria de risco na gravidez: categoria D. Este medicamento não deve ser
utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente
seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Lactação
Considerando que o ácido acetilsalicílico é excretado no leite materno e estudos em
ratos mostraram que clopidogrel e/ou seus metabólitos são excretados no leite, o uso de
Plavix Protect durante a amamentação não é recomendado.Interações medicamentosas
Varfarina: a administração concomitante e varfarina não é
recomendada uma vez que pode aumentar a intensidade da hemorragia.
Inibidores da glicoproteína IIb/IIIa: Plavix Protect deve ser usado com cautela em
pacientes que têm um risco aumentado de hemorragia por trauma, cirurgia e outras
condições patológicas e que utilizam inibidores da glicoproteína IIb/IIIa.
Heparina: em um estudo clínico com voluntários sadios usando clopidogrel, não houve
necessidade de se alterar a dose de heparina. O clopidogrel não alterou o efeito da
heparina sobre o tempo de coagulação. A co-administração de heparina não teve efeito
na inibição da agregação plaquetária induzida pelo clopidogrel. Como a interação
farmacodinâmica e heparina é possível, aumentando o risco de
hemorragia, o uso concomitante necessita ser feito com cuidado.
Trombolíticos: a segurança da administração concomitante de clopidogrel, agentes
trombolíticos fibrinolíticos e não fibrinolíticos específicos e heparina foi estudada em
pacientes com histórico de infarto do miocárdio agudo. A incidência de hemorragias
clinicamente significativas foi similar àquela observada quando foi administrado
concomitantemente agentes trombolíticos e heparina com ácido acetilsalicílico. A
segurança da coadministração e agentes trombolíticos não foi
estabelecida e, portanto, deve ser realizada com cautela.
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINES): em um estudo clínico com voluntários sadios,
a administração concomitante de clopidogrel e naproxeno foi associada ao aumento de
sangramento oculto gastrintestinal. No entanto, devido à ausência de estudos de
interação com outros AINEs não está claro no momento, se há um aumento do risco de
hemorragia gastrintestinal com todos os AINEs. Consequentemente, AINEs incluindo os
inibidores da Cox-2 e Plavix Protect devem ser coadministrados com cautela.
Outras terapias concomitantes com clopidogrel: uma vez que clopidogrel é
metabolizado em seu metabólito ativo parcialmente pela enzima CYP2C19, seria
esperado que o uso de medicamentos que inibem a atividade desta enzima resulte na
diminuição do nível do medicamento do metabólito ativo de clopidogrel e na redução de
eficácia clínica.
O uso concomitante de medicamentos que inibem a enzima CYP2C19 (por exemplo:
omeprazol) é desaconselhado.
Outros estudos clínicos foram conduzidos concomitantemente com clopidogrel e outras
medicações, de modo a investigar as possíveis interações farmacodinâmicas e
farmacocinéticas. Não foi observada alteração farmacodinâmica significativa quando da
administração concomitante de clopidogrel e atenolol e nifedipina, assim como atenolol e
nifedipina simultaneamente. A atividade farmacodinâmica de clopidogrel não foi
significativamente influenciada pela coadministração de fenobarbital, cimetidina ou
estrogênio.
A farmacocinética da digoxina ou da teofilina não foi alterada pela administração
concomitante de clopidogrel. Os antiácidos não alteraram a absorção do clopidogrel.
Dados de estudos em microssomas hepáticos de seres humanos indicaram que o
metabólito ácido carboxílico do clopidogrel pode inibir a isoenzima CYP 2C9 do sistema
citocromo P450. Esta ação pode levar a um aumento nos níveis plasmáticos de
medicamentos como a fenitoína, tolbutamida e muitos agentes anti-inflamatórios não
esteroidais que são metabolizados pelo CYP2C9.
Dados do estudo CAPRIE indicam que a fenitoína e a tolbutamina podem ser
coadministrados com clopidogrel de forma segura.
Outras terapias concomitantes com ácido acetilsalicílico: foram reportadas
interações dos seguintes produtos com ácido acetilsalicílico:
Uricosúricos: o ácido acetilsalicílico diminui o efeito de agentes uricosúricos através da
eliminação competitiva do ácido úrico. Portanto, a coadministração deve ser realizada com
cautela.
Metotrexato: devido à presença de ácido acetilsalicílico, Plavix Protect pode inibir a
depuração renal do metotrexato, o que pode levar à toxicidade da medula óssea.
Foram reportadas interações dos seguintes medicamentos com altas doses de ácido
acetilsalicílico: inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), acetazolamida,
anticonvulsivantes (fenitoína e ácido valpróico), betabloqueadores, diuréticos e agentes
hipoglicemiantes orais. No entanto mais de 30.000 pacientes que participaram de
estudos clínicos com clopidogrel mais ácido acetilsalicílico, com dose de manutenção
menor ou igual a 325 mg, receberam medicamentos concomitantes como diuréticos,
betabloqueadores, inibidores da ECA, antagonistas de cálcio, agentes redutores de
colesterol, vasodilatadores coronarianos, agentes antidiabéticos (incluindo insulina),
agentes antiepléticos, terapia de reposição hormonal e antagonistas dos receptores GPIIb/IIIa e não apresentaram evidência clínica de interações medicamentosas
significantes.
Dados experimentais sugerem que o ibuprofeno pode inibir o efeito de baixas doses de
ácido acetilsalicílico na agregação plaquetária quando são administrados
concomitantemente (vide Propriedades Farmacodinâmicas). Entretanto, as limitações
desses dados e as incertezas referentes à extrapolação de dados ex vivo para a situação
clínica implica que conclusões definitivas não podem ser feitas quanto ao uso regular de
ibuprofeno, e nenhum efeito clinicamente relevante é considerado como provável para uso
ocasional de ibuprofeno.
Não foram realizados estudos de interações medicamentosas com Plavix Protect e
alguns medicamentos administrados a pacientes com doença aterotrombótica.
Alimentos
Não há dados disponíveis até o momento sobre a interação entre alimentos e clopidogrel
e ácido acetilsalicílico.
Interferência em exames laboratoriais
O clopidogrel pode causar alteração no teste de função hepática e aumento da
creatinina.
O ácido acetilsalicílico pode causar o aumento do tempo de sangramento.Reações adversas / Efeitos colaterais
Experiência em estudos clínicos
A segurança de clopidogrel foi avaliada em mais de 42.000 pacientes, incluindo mais
30.000 pacientes tratados com clopidogrel mais ácido acetilsalicílico e mais 9.000
pacientes tratados por 1 ano ou mais. As reações adversas clinicamente relevantes nos
quatro maiores estudos, o CAPRIE (estudo comparando clopidogrel e ácido
acetilsalicílico) e o CURE, CLARITY e COMMIT (estudos comparando clopidogrel mais
ácido acetilsalicílico ao ácido acetilsalicílico em monoterapia) são discutidas abaixo. O
clopidogrel na dose de 75 mg/dia foi bem tolerado em comparação ao ácido
acetilsalicílico na dose de 325 mg/dia no estudo CAPRIE. A tolerabilidade geral do
clopidogrel nesse estudo foi similar à do ácido acetilsalicílico independentemente da
idade, sexo e etnia. Os efeitos adversos clinicamente relevantes observados nos estudos
CAPRIE, CURE, CLARITY e COMMIT são discutidos abaixo.
Distúrbios hemorrágicos
No estudo CAPRIE a incidência global de hemorragia nos pacientes tratados tanto com
clopidogrel ou ácido acetilsalicílico foi de 9,3%. A incidência de casos graves foi de 1,4%
para o clopidogrel e 1,6% para o ácido acetilsalicílico. Em pacientes que receberam
clopidogrel, as hemorragias gastrintestinais ocorreram a uma taxa de 2,0% sendo que
0,7% precisaram de hospitalização. Nos pacientes que receberam ácido acetilsalicílico, a
taxa correspondente foi 2,7% e 1,1% respectivamente. A incidência de outros tipos de
hemorragia foi superior no grupo que recebeu clopidogrel em comparação àquele que
recebeu ácido acetilsalicílico (7,3% vs. 6,5%). No entanto, a incidência de efeitos
adversos graves foi similar para ambos os grupos de tratamento (0,6% vs. 0,4%). Os
efeitos adversos mais frequentemente relatados em ambos os grupos foram:
púrpura/equimoses e epistaxe (hemorragia nasal). Outros efeitos adversos menos
frequentemente relatados foram hematoma, hematúria e hemorragia ocular
(principalmente conjuntival).
A incidência de hemorragia intracraniana foi de 0,4% em pacientes que receberam
clopidogrel e 0,5% em pacientes que receberam o ácido acetilsalicílico.
No estudo CURE, o aumento do risco de vida por hemorragia no grupo que utilizou
clopidogrel e ácido acetilsalicílico comparado ao grupo que utilizou somente ácido
acetilsalicílico não foi estatisticamente significante (2,2% vs. 1,8%). Não houve diferença
entre os dois grupos nos registros de hemorragias fatais (0,2% em ambos os grupos). A
relação de hemorragias maiores sem risco de vida, principalmente no trato gastrintestinal
e locais de punção, foi significativamente maior no grupo de clopidogrel e ácido
acetilsalicílico quando comparado ao grupo que recebeu ácido acetilsalicílico em
monoterapia (1,6% vs. 1%) e a incidência de hemorragias menores (5,1% vs. 2,4%). A
incidência de sangramento intracraniano foi de 0,1% em ambos os grupos.
A taxa de hemorragias maiores para clopidogrel e ácido acetilsalicílico foi dose
dependente com o uso de ácido acetilsalicílico (<100mg: 2,6%, 100-200mg: 3,5%, >
200mg: 4,9%) assim como as maiores hemorragias no grupo do placebo e ácido
acetilsalicílico (<100mg: 2,0%, 100-200mg: 2,3%, >200mg: 4,0%).
O risco de hemorragia (fatal, maior, menor, outros) diminuiu durante o estudo: 0-1 meses
(clopidogrel mais ácido acetilsalicílico: 599/6259 – 9,6%; ácido acetilsalicílico em
monoterapia: 413/6303 – 6,6%), 1-3 meses (clopidogrel mais ácido acetilsalicílico:
276/6123 – 4,5%; ácido acetilsalicílico em monoterapia: 144/6168 – 2,3%), 3-6 meses (clopidogrel mais ácido acetilsalicílico: 228/6037 – 3,8%; ácido acetilsalicílico em
monoterapia: 99/6048 – 1,6%), 6-9 (clopidogrel mais ácido acetilsalicílico: 162/5005 –
3,2%; ácido acetilsalicílico em monoterapia: 74/4972 – 1,5%), 9-12 (clopidogrel mais
ácido acetilsalicílico: 73/3841 – 1,9%; ácido acetilsalicílico em monoterapia: 40/3844 –
1,0%).
Não houve um aumento de sangramento dentro dos sete dias após a realização de
cirurgias de revascularização em pacientes que interromperam a terapia cinco dias antes
da cirurgia (4,4% clopidogrel + ácido acetilsalicílico vs. 5,3% ácido acetilsalicílico). Nos
pacientes que permaneceram em uso da terapia sem interrupção de cinco dias para a
cirurgia de revascularização, os registros de eventos foram 9,6% para clopidogrel e ácido
acetilsalicílico e 6,3% para ácido acetilsalicílico.
O estudo CLARITY demonstrou um aumento de hemorragia no grupo que recebeu
clopidogrel mais ácido acetilsalicílico quando comparado ao grupo que recebeu ácido
acetilsalicílico (17,4% vs. 12,9%). A incidência de hemorragia maior foi similar nos dois
grupos (1,3% no grupo que recebeu clopidogrel mais ácido acetilsalicílico vs. 1,1% no
grupo que recebeu ácido acetilsalicílico). Esse resultado foi consistente através dos
subgrupos de pacientes definidos por características basais e tipo de terapia fibrinolítica
ou heparina. A incidência de hemorragia fatal (0,8% clopidogrel + ácido acetilsalicílico
versus 0,6% ácido acetilsalicílico) e hemorragia intracraniana (0,5% clopidogrel + ácido
acetilsalicílico versus 0,7% ácido acetilsalicílico) foi baixo e similar em ambos os grupos.
No estudo COMMIT, a taxa de hemorragia maior não cerebral ou hemorragia cerebral foi
baixa e similar em ambos os grupos (0,6% clopidogrel + ácido acetilsalicílico versus 0,5%
ácido acetilsalicílico).
Distúrbios hematológicos
No estudo CAPRIE, foi observado, neutropenia severa (< 0,45 x 109/l) em quatro
pacientes que receberam clopidogrel (0,04%) e em dois pacientes que receberam ácido
acetilsalicílico (0,02%). Dois dos 9.599 pacientes que receberam clopidogrel e nenhum
dos 9.586 pacientes que receberam ácido acetilsalicílico tiveram contagem de neutrófilos
igual a zero. Durante o tratamento com clopidogrel ocorreu um caso de anemia aplástica.
A incidência de trombocitopenia grave (< 80 x 109/l) foi de 0,2% para o grupo tratado com
clopidogrel e 0,1% para o grupo com ácido acetilsalicílico.
No estudo CURE e no CLARITY, o número de pacientes com trombocitopenia ou
neutropenia foi similar em ambos os grupos.
Outras reações adversas clinicamente relevantes observadas nos estudos CAPRIE,
CURE, CLARITY e COMMIT com incidência ³ 0,1%, assim como reações adversas
sérias e relevantes estão listadas abaixo conforme classificação da WHO e seguem as
seguintes frequências:
Comuns: 0,01 e < 0,1
Incomuns: 0,001 e < 0,01
Raras: 0,0001 e < 0,001
Muito raras: < 0,0001
Sistema Nervoso Central e Periférico:
· Incomum: cefaleia, tontura, parestesia;
· Raro: vertigens
Gastrintestinais:
· Comum: dispepsia, dor abdominal e diarreia;
· Incomum: náusea, gastrite, flatulência, constipação, vômito, úlcera gástrica e
duodenal.
Plaquetas e distúrbios da coagulação:
· Incomum: aumento do tempo de sangramento, decréscimo do número de
plaquetas.
Pele e anexos:
· Incomum: rash e prurido
Sangue:
· Incomum: leucopenia, neutropenia e eosinofilia.
Reações Adversas após o início da comercialização:
Em complemento aos resultados obtidos nos estudos clínicos, segue as reações
adversas reportadas com uso de clopidogrel ou ácido acetilsalicílico.
Hemorragia é a reação mais comumente reportada na experiência pós-comercialização
com clopidogrel ou ácido acetilsalicílico.
Hemorragia:
· Foram reportados alguns casos com consequências fatais (especialmente
hemorragia intracraniana, gastrintestinal e retroperitoneal); casos sérios de
hemorragia na pele (púrpura), hemorragia músculo-esquelética (hematoma,
hemartrose), hemorragia ocular (conjuntival, ocular e da retina), epistaxe,
hemorragia do trato respiratório (hemoptise, hemorragia pulmonar), hematúria e
hemorragia operatória. Casos de hemorragia sérios foram reportados em
pacientes usando clopidogrel concomitantemente com ácido acetilsalicílico e
heparina.
As seguintes reações adversas foram espontaneamente reportadas. Para clopidogrel as
reações seguem ordem de frequência. Dentro dos grupos de frequência as reações
adversas estão em ordem decrescente de gravidade. Todos os relatos espontâneos com
clopidogrel foram reportados com uma frequência muito rara. Nenhuma incidência está
disponível para o ácido acetilsalicílico.
Sangue e sistema linfático:
· Relacionado ao clopidogrel ou ácido acetilsalicílico: anemia.
· Relacionado ao clopidogrel: púrpura trombocitopênica trombótica (PTT),
trombocitopenia severa (plaquetas £ 30 x 109/l), agranulocitose, granulocitopenia,
anemia aplástica/pancitopenia.
Sistema imunológico:
· Relacionado ao clopidogrel ou ácido acetilsalicílico: reações anafiláticas.
· Relacionado ao clopidogrel: doença do soro.
Alterações psiquiátricas:
· Relacionado ao clopidogrel: confusão e alucinações.
Sistema nervoso:
· Relacionado ao clopidogrel: alteração no paladar.
· Relacionado ao ácido acetilsalicílico: cefaleia, vertigem (geralmente associada à
superdosagem).
Alterações do canal auditivo e labirinto:
· Relacionado ao ácido acetilsalicílico: tinitus, perda da audição (geralmente
associada à superdosagem).
Sistema vascular:
· Relacionado ao clopidogrel: vasculite e hipotensão
Distúrbios respiratórios, torácicos e no mediastino:
· Relacionado ao clopidogrel ou ácido acetilsalicílico: broncoespasmo.
· Relacionado ao clopidogrel: pneumonia intersticial.
Distúrbios gastrintestinais:
· Relacionado ao clopidogrel: colite (incluindo ulcerativa ou colite linfocítica),
pancreatite, estomatite.
· Relacionado ao ácido acetilsalicílico: úlcera gastroduodenal, sintomas
gastrintestinais como gastralgia.
Distúrbios hepatobiliares:
· Relacionado ao clopidogrel: hepatite, insuficiência hepática aguda.
· Relacionados ao ácido acetilsalicílico: (não conhecido) elevação das enzimas
hepáticas e lesões hepáticas, principalmente hepatocelular.
Pele e tecido subcutâneo:
· Relacionado ao clopidogrel ou ácido acetilsalicílico: angioedema, urticária, rash
eritematoso.
· Relacionado ao clopidogrel: dermatite bolhosa (eritema multiforme, síndrome de
Stevens Johnson, necrólise epidérmica tóxica), equizema, liquen planus.
Aparelho músculo-esquelético, tecido conjuntivo e medula óssea:
· Relacionado ao clopidogrel: artralgia, artrite e mialgia.
Distúrbios urinário e renal:
· Relacionado ao clopidogrel: glomerulonefrite.
Alterações gerais e do local de administração:
· Relacionado ao clopidogrel: febre.
Alterações Laboratoriais:
· Relacionado ao clopidogrel: alteração no teste de função hepática e aumento da
creatinina.
· Relacionado ao ácido acetilsalicílico: aumento do tempo de sangramento.Posologia
Adultos e idosos
Plavix Protect deve ser administrado em dose única diária de 75 mg/100 mg. PLAVIX
PROTECT é usado após uma dose de ataque inicial de clopidogrel e AAS associados. A
terapêutica com clopidogrel na síndrome coronária aguda sem elevação do segmento ST
(angina instável ou infarto do miocárdio sem onda Q), deve ser iniciada com uma dose
de ataque de 300 mg em tomada única, seguida de 75 mg uma vez por dia (com ácido
acetilsalicílico, AAS, 75 – 325 mg por dia). Dado que doses mais elevadas de ácido
acetilsalicílico estão associadas a um maior risco hemorrágico, recomenda-se que a
dose de ácido acetilsalicílico não seja superior a 100 mg na dose de manutenção. A
duração ideal do tratamento não foi estabelecida. Estudos clínicos suportam o uso do
medicamento por 12 meses e o benefício máximo foi alcançado com 3 meses de uso.
A terapêutica com clopidogrel no infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento
ST deve ser iniciada com ou sem dose de ataque de clopidogrel e com uma dose
adequada em associação com o ácido acetilsalícilico (AAS) e com ou sem trombolíticos.
A dose de manutenção de clopidogrel mais ácido acetilsalicílico é de um comprimido de
clopidogrel 75 mg e um comprimido de ácido acetilsalicílico 100 mg uma vez ao dia. A
terapêutica deve ser iniciada o mais cedo possível, após o início dos sintomas e
prolongada por, pelo menos, quatro semanas. O benefício da combinação de clopidogrel
e ácido acetilsalicílico por mais de quatro semanas não foi estudado (vide Propriedades Farmacodinâmicas).Para pacientes com idade acima de 75 anos, o tratamento deve ser
iniciado sem a dose de ataque de clopidogrel.
Farmacogenética
O estado de metabolizador baixo da enzima CYP2C19 associa-se à diminuição da
resposta do clopidogrel. A posologia ideal para metabolizadores baixos ainda não foi
determinada (vide Propriedades Farmacocinéticas).
Pode ser administrado com ou sem alimento.
Insuficiência renal
Não é necessário ajuste de dose para pacientes com insuficiência renal de leve a
moderada.
Insuficiência hepática
Não é necessário ajuste de dose para pacientes com insuficiência hepática de leve a
moderada.
Idosos
O tratamento para pacientes com infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento
ST, deve ser iniciado sem a dose de ataque na dose habitual de 75 mg/dia de clopidogrel
e 100 mg/dia de ácido acetilsalicílico ou segundo orientação médica.
Crianças e adolescentes
Não há experiência sobre o uso em crianças. Plavix Protect
não é indicado para uso em crianças e adolescentes.
Conduta necessária caso haja esquecimento de administração
Caso você se esqueça de tomar Plavix Protect, mas se lembre até 12 horas do
horário habitual, tome seus comprimidos imediatamente e continue o tratamento no
horário habitual.
Caso você se lembre após 12 horas do horário habitual, simplesmente tome a próxima
dose no horário habitual. Não tome duas doses com intervalo menor que 12 horas.Superdosagem
Não há informações sobre superdosagem com Plavix Protect.
Clopidogrel:
A superdosagem com clopidogrel pode levar a um aumento do tempo de sangramento e
consequentes complicações hemorrágicas. Terapia apropriada precisa ser considerada
se sangramento for observado. Não foi encontrado nenhum antídoto para a atividade
farmacológica do clopidogrel. Se for necessária a correção imediata do prolongamento
do tempo de sangramento, a transfusão de plaquetas pode reverter os efeitos do
clopidogrel.
Ácido acetilsalicílico:
A superdosagem é manifestada pelos seguintes sintomas:
- Superdosagem moderada: sensação de redução na audição e de estar ouvindo sons
de sinos, dor de cabeça e vertigem.
- Superdosagem severa: febre, hiperventilação, cetose, alcalose respiratória, acidose
metabólica, coma, colapso cardiovascular, falência respiratória, hipoglicemia severa.
Em caso de superdosagem severa com ácido acetilsalicílico, deve-se proceder ao
controle do equilíbrio ácido-base, forçar a diurese alcalina e caso seja necessário,
hemodiálise e diálise peritoneal.Informações
Propriedades Farmacodinâmicas
O clopidogrel é um pró-fármaco, e um dos seus metabólitos é inibidor da agregação
plaquetária. O clopidogrel deve ser metabolizado pelas enzimas do citocromo P-450 para
produzir o metabólito ativo que inibe a agregação plaquetária. O metabólito ativo de
clopidogrel inibe, seletivamente, a ligação da adenosina difosfato (ADP) ao seu receptor
plaquetário P2Y12 e, subsequente, ativação do complexo glicoproteico GPIIb/IIIa mediado
por ADP, e portanto, inibição da agregação plaquetária. Devido à ligação irreversível, as
plaquetas expostas estão com suas vidas úteis afetadas (aproximadamente 7-10 dias) e
a recuperação da função plaquetária normal ocorre a uma taxa consistente com a
renovação plaquetária. A agregação plaquetária induzida por agonistas, exceto por ADP,
também é inibida pelo bloqueio da amplificação da ativação plaquetária por liberação de
ADP.
Nem todos os pacientes terão inibição plaquetária adequada uma vez que o metabólito
ativo é formado pelas enzimas do citocromo P-450, sendo algumas delas enzimas
polimórficas ou sujeitas a inibição por outras drogas.
Doses repetidas de 75 mg de clopidogrel por dia inibem, de forma substancial, a
agregação plaquetária induzida pelo ADP no primeiro dia e esta inibição atinge
progressivamente seu estado de equilíbrio (40 a 60%, em média, de inibição) entre o
terceiro e o sétimo dia de administração. Uma vez descontinuado o tratamento, a
agregação plaquetária e o tempo de sangramento retornam gradualmente aos valores
basais após 5 dias, em geral.
O ácido acetilsalicílico inibe a agregação plaquetária através da inibição irreversível da
ciclooxigenase, inibindo assim, a produção do tromboxano A2 (indutor da agregação
plaquetária e vasoconstritor) no interior da plaqueta.
Dados experimentais sugerem que o ibuprofeno pode inibir o efeito de baixas doses de
ácido acetilsalicílico na agregação plaquetária quando são administrados
concomitantemente.
Em um estudo, quando uma dose única de 400 mg de ibuprofeno foi ingerida 8 horas antes
ou dentro de 30 minutos após a administração de uma dose de 81 mg de ácido
acetilsalicílico de liberação imediata, ocorreu uma diminuição do efeito do ácido
acetilsalicílico na formação de tromboxano ou na agregação plaquetária. Entretanto, as
limitações desses dados e as incertezas referentes à extrapolação de dados ex vivo para a
situação clínica implica que conclusões definitivas não podem ser feitas quanto ao uso
regular de ibuprofeno, e nenhum efeito clinicamente relevante é considerado como provável
para uso ocasional de ibuprofeno.
A segurança e eficácia do clopidogrel em associação com ácido acetilsalicílico foi
avaliada através de três estudos duplo cegos envolvendo mais de 61.900 pacientes:
estudo CURE, CLARITY e COMMIT que compararam clopidogrel e ácido acetilsalicílico
em associação e ácido acetilsalicílico em monoterapia, ambos os tratamentos em
combinação com outro tratamento padrão.
Para o ácido acetilsalicílico, são referenciadas doses mínimas de 75 mg e doses
máximas de 325 mg. Para o clopidogrel, são referenciadas doses mínimas e máximas de
75 mg/dia para tratamento de manutenção e 300 mg para dose de ataque (dose única).
Para pacientes com infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST e idade
superior a 75 anos, não se recomenda a dose de ataque do clopidogrel.etilsalicílico em monoterapia, ambos os tratamentos em
combinação com outro tratamento padrão.
Para o ácido acetilsalicílico, são referenciadas doses mínimas de 75 mg e doses
máximas de 325 mg. Para o clopidogrel, são referenciadas doses mínimas e máximas de
75 mg/dia para tratamento de manutenção e 300 mg para dose de ataque (dose única).
Para pacientes com infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST e idade
superior a 75 anos, não se recomenda a dose de ataque do clopidogrel.