Bulas de Remédios

As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.



Laboratório

Boehringer

Apresentação

Persantin Injetável: embalagem com 5 ampolas de 2 ml. (10mg/2ml) Excipientes: ácido tartárico, macrogol, ácido clorídrico, água para injeção.

Indicações

Persantin Injetável é indicado como uma alternativa ao teste de esforço (teste ergométrico) na avaliação da perfusão miocárdica com tálio e na ecocardiografia de estresse para avaliação de coronariopatias isquêmicas, particularmente em pacientes que não podem realizar exercício adequadamente. A sensibilidade e a especificidade das imagens obtidas com o tálio e o PERSANTIN são praticamente idênticas das obtidas com o tálio e o esforço.

Contra-indicações

Hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula.

Advertências

A informação clínica potencial a ser obtida pelo uso de PERSANTIN administrado por via endovenosa, como um adjunto na avaliação miocárdica, deve ser considerada contra o risco ao paciente. Podem ocorrer reações comparáveis ao estresse induzido por exercício, e portanto, recomenda-se uma monitoração adequada do eletrocardiograma (ritmo cardíaco) e das condições de pulso e pressão arterial do paciente que realiza o exame. Pacientes com história de coronariopatia grave, assim como os pacientes com histórico de asma, podem estar sob maior risco. Ao utilizar PERSANTIN por via endovenosa na avaliação miocárdica, deve-se ter disponível aminofilina parenteral para o alívio de efeitos adversos tais como broncoespasmo ou dor torácica. Devem-se monitorar os sinais vitais durante e após 10 - 15 minutos da infusão endovenosa de PERSANTIN; devese obter um traçado eletrocardiográfico utilizando pelo menos uma derivação torácica. Se ocorrer dor torácica ou broncoespasmo, pode-se administrar 50 a 250 mg de aminofilina parenteral por injeção endovenosa lenta (50 - 100 mg durante 30 a 60 segundos). A experiência clínica demonstra que pacientes tratados com dipiridamol oral, que também necessitam do teste de stress farmacológico com dipiridamol intravascular, devem descontinuar o uso de dipiridamol via oral vinte e quatro horas antes do teste de stress. Caso contrário, a sensibilidade do teste pode ser prejudicada. Se ocorrer hipotensão grave, os pacientes devem ser colocados na posição deitada e, se necessário, com a cabeça em posição mais baixa, antes da administração parenteral de aminofilina. Se a dose de 250 mg de aminofilina não aliviar os sintomas de dor torácica em poucos minutos, pode-se administrar nitroglicerina sublingual. Se a dor torácica persistir mesmo após administração de aminofilina e nitroglicerina, deve-se considerar a possibilidade de infarto do miocárdio. Se a condição clínica do paciente com um efeito adverso permitir a protelação da administração parenteral de aminofilina por um minuto, podese injetar tálio-201, permitindo que este circule durante um minuto antes da injeção de aminofilina. Este procedimento possibilitará a produção da imagem inicial de perfusão por tálio antes da reversão dos efeitos farmacológicos de PERSANTIN na circulação coronária. Nos pacientes com miastenia grave, deve-se considerar a possibilidade de uma interação entre o dipiridamol e inibidores da colinesterase (vide interações medicamentosas).

Uso na gravidez

Não se evidencia total segurança no uso deste medicamento durante a gravidez, mas PERSANTIN tem sido usado por muitos anos durante a gestação sem aparentes efeitos à saúde. Estudos pré-clínicos não evidenciaram nenhum risco à saúde. Todavia, medicamentos devem ser evitados durante a gravidez, principalmente no primeiro trimestre, a menos que o benefício esperado supere um possível risco ao feto. PERSANTIN somente deve ser usado na amamentação se considerado essencial pelo médico.

Interações medicamentosas

Derivados da xantina (por exemplo cafeína e teofilina) são potenciais redutores do efeito vasodilatador de dipiridamol e portanto, devem ser evitados 24 horas antes da produção de imagem do miocárdio com PERSANTIN. O dipiridamol aumenta os níveis plasmáticos e efeitos cardiovasculares da adenosina. O dipiridamol pode potencializar o efeito hipotensor de fármacos antihipertensivos e pode atuar contra os efeitos anticolinesterásicos dos inibidores da colinesterase; deste modo é potencialmente um agravante da miastenia grave. A experiência clínica demonstra que a sensibilidade do teste de stress com dipiridamol intravascular pode ser prejudicada em pacientes que estejam recebendo dipiridamol oral concomitantemente. O tratamento com dipiridamol oral deve ser descontinuado vinte e quatro horas antes do teste.

Reações adversas / Efeitos colaterais

Durante o uso de PERSANTIN como um adjuvante na avaliação miocárdica, relataram-se os seguintes eventos adversos: morte cardíaca, parada cardíaca, infarto do miocárdio (raramente fatal), dor torácica/angina pectoris, alterações eletrocardiográficas (as mais comuns são alterações do segmento ST-T), arritmias (p. ex. parada do nodo sinusal, obstrução cardíaca, taquicardia, bradicardia, fibrilação) síncope e eventos cerebrovasculares (p. ex. acidente vascular cerebral, isquemia cerebral transitória, convulsão). Estes eventos entretanto, podem estar relacionados à doença cardíaca isquêmica dos pacientes. PERSANTIN pode provocar hipotensão grave e rubor. Existem relatos de reações de hipersensibilidade, tais como ocorrência de exantemas, urticária, angioedema, laringoespasmo, broncoespasmo severo, e, mais raramente, reação anafilactóide. Outras reações adversas incluem: dor abdominal, vômito, diarréia, náusea, vertigem, cefaléia, parestesia, mialgia e edema. Com a administração de altas doses de dipiridamol por via endovenosa, como a dose utilizada na produção de imagem cardíaca, relataram-se efeitos adversos mais graves e com maior freqüência quando comparados aos relatados durante administração oral ou endovenosa nas doses recomendadas. Contudo, todos os dados disponíveis sugerem que a razão entre o risco e o benefício é, pelo menos, tão favorável quanto a razão do teste convencional por esforço.

Posologia

A dose endovenosa de PERSANTIN como adjuvante na avaliação da perfusão miocárdica por tálio deve ser ajustada de acordo com o peso do paciente. A dose recomendada é de 0,142 mg/kg/minuto infundida durante 4 minutos. A dose máxima é de 0,84 mg/kg infundida durante 6 - 10 minutos. Não se recomenda exceder a dose máxima. Antes da infusão endovenosa, PERSANTIN deve ser diluído em solução de cloreto de sódio 0,45% ou 0,9% ou em solução glicosada a 5%, numa proporção mínima de 1:2, para produzir um volume total de aproximadamente 20 a 50 ml. A infusão de PERSANTIN não diluído pode provocar irritação local. O tálio-201 deve ser injetado no prazo de 5 minutos após a infusão de 4 minutos de PERSANTIN. PERSANTIN não deve ser misturado com outras drogas na mesma seringa nem no mesmo frasco de infusão. Não se recomenda o uso pediátrico, pois a eficácia e a segurança em crianças ainda não foram estabelecidas.

Superdosagem

Sintomas: Não há relatos de superdosagem em humanos com o uso de dipiridamol na presente indicação. É improvável que ocorra superdosagem devido à natureza do uso (isto é, administração endovenosa única em sistemas controlados). Os sinais e sintomas descritos no item Reações adversas são esperados, podendo ser ainda mais graves em alguns casos. Tratamento: Recomenda-se uma terapia sintomática. Caso ocorra dor torácica grave ou broncoespasmo, pode-se administrar 50 a 250 mg de aminofilina por injeção endovenosa lenta (50-100 mg durante 30 a 60 segundos). Devido à sua ampla distribuição nos tecidos e eliminação hepática predominante, é pouco provável que se consiga acessar o dipiridamol por processos de remoção.

Informações

A substância ativa de PERSANTIN, o dipiridamol, inibe a recaptação de adenosina nos eritrócitos, nas plaquetas e nas células endoteliais in vitro e in vivo. A inibição atinge no máximo 80%, sendo dose-dependente em concentrações terapêuticas (0,5 - 2 mcg/ml). Conseqüentemente, há um aumento local da concentração de adenosina que atua no receptor A2 das plaquetas, estimulando a adenilciclase plaquetária e aumentando, deste modo, os níveis de AMPc plaquetário. Inibe-se assim a agregação plaquetária em resposta aos vários estímulos, tais como PAF, colágeno e ADP. A diminuição da agregação plaquetária reduz o consumo de plaquetas aos níveis normais. Além disso, a adenosina tem um efeito vasodilatador e este é um dos mecanismos pelo qual o dipiridamol produz a vasodilatação. A vasodilatação induzida por PERSANTIN administrado por via endovenosa, nas doses usadas em técnicas de produção de imagem cardíaca, leva a uma redistribuição regional do fluxo sangüíneo coronário, o que pode causar anormalidades na distribuição de tálio e na função ventricular dos pacientes com coronariopatia isquêmica, provavelmente por efeito seqüestrante. Os vasos normais dilatam com o aumento do fluxo, deixando a pressão relativamente reduzida e flui através de áreas de estenoses coronárias hemodinamicamente importantes. O dipiridamol inibe a fosfodiesterase em vários tecidos. Enquanto a inibição de AMPc-fosfodiesterase é fraca, níveis terapêuticos inibem a GMPc-fosfodiesterase, aumentando, deste modo, a produção de GMPc pelo fator relaxante de origem endotelial. O dipiridamol também estimula a biossíntese e a liberação da prostaciclina pelo endotélio. Além disso, o dipiridamol reduz a trombogenicidade das estruturas subendoteliais pelo aumento da concentração do mediador 13-HODE (ácido 13- hidroxioctadecadienóico). A maioria dos dados farmacocinéticos é baseada em voluntários saudáveis. Após administração endovenosa, uma curva de adaptação adequada é alcançada pelo modelo tricompartimental: ?? uma rápida fase alfa, com meia-vida de cerca de 3 minutos, refletindo, provavelmente, a distribuição da droga do compartimento central para os compartimentos periféricos; ?? uma fase beta, com meia-vida de cerca de 40 minutos, que representa a eliminação de grande parte da droga administrada: cerca de 70% (em conjunto com a fase alfa) do total absorvido, isto é, meia-vida dominante; ?? uma fase de eliminação terminal prolongada (gamaz) com meia-vida de cerca de 13 horas. Isto representa cerca de 30% da área total sob a curva de concentração plasmática / tempo e provavelmente corresponde à redifusão de pequena proporção da dose administrada vinda dos tecidos pouco acessíveis e de baixa capacidade de retorno para o compartimento central. Isto pode também refletir algum reaproveitamento entero-hepático (que é evidenciado por picos secundários menores algumas horas após o término da infusão no período, relacionados com ingestão de alimento). O volume de distribuição aparente do compartimento central (Vc) é de cerca de 5 litros (similar ao volume plasmático). O volume de distribuição aparente no estado de equilíbrio é de cerca de 100 litros, refletindo distribuição em vários compartimentos. O clearance total é de aproximadamente 200 ml/min e o tempo de permanência é de cerca de 6,4 horas. Ao final de uma infusão de 0,5 mg/kg por 4 minutos, a concentração plasmática média de dipiridamol foi de 6,30 ± 0,32 µg/ml, e de 1,13 ± 0,36 µg/ml após uma hora. A distribuição do dipiridamol é bastante ampla, atingindo vários órgãos, devido ao fato de ser altamente lipofílico. Em animais, o dipiridamol distribui-se preferencialmente pelo fígado, depois pelos pulmões, rins, baço e coração. A droga não atravessa significativamente a barreira hematoencefálica. A transferência placentária de dipiridamol é muito baixa. Em um caso detectou-se aproximadamente 1/17 da concentração plasmática no leite materno. A ligação do dipiridamol com proteínas é de aproximadamente 97-99%, ligando-se principalmente à 1-alfa-ácido-glicoproteína e à albumina. A metabolização do dipiridamol ocorre no fígado. O dipiridamol é metabolizado por conjugação com ácido glicurônico, formando principalmente um monoglicuronídeo e somente pequenas quantidades de diglicuronídeos. Após tratamento por via endovenosa, a quantidade de glicuronídeos é de aproximadamente 10%. A excreção renal do composto não-metabolizado é insignificante (<0,5%). A excreção urinária do metabólito glicuronídeo é baixa (<8%). Os metabólitos são quase totalmente excretados via biliar (cerca de 95%) nas fezes, com alguma evidência de recirculação entero-hepática. A concentração plasmática após tratamento oral em idosos (acima de 65 anos) foi aproximadamente 30 - 50% maior do que em indivíduos mais jovens (abaixo de 55 anos). A diferença é causada principalmente pela menor velocidade de retirada da substância do sangue; espera-se que a redução da concentração plasmática após tratamento endovenoso seja mais lenta. Pacientes com insuficiência hepática não apresentaram mudanças na concentração plasmática de dipiridamol, mas observou-se um aumento de glicuronídeos (farmacodinamicamente inativos). Sugere-se administrar dipiridamol sem restrição, desde que não haja evidência clínica de insuficiência hepática. Nos casos de insuficiência renal, nenhuma alteração na farmacocinética é esperada, pois a excreção renal é muito baixa (5%). Nos estudos clínicos realizados com pacientes com clearance de creatinina variando aproximadamente de 15 ml/min a acima de 100 ml/min, não se observaram alterações na farmacocinética de dipiridamol ou seus metabólitos glicuronídeos ao corrigirem os dados pela diferença de idade.

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