Bulas de Remédios

As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.



Laboratório

Gsk

Apresentação

Comprimidos modificados em forma de cápsula, apresentados em frascos com 30 comprimidos. Via Oral.

Indicações

Kivexa é uma combinação de dois análogos nucleosídicos (abacavir e lamivudina). É indicado na terapia anti-retroviral combinada para o tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em adultos e crianças a partir dos 12 anos de idade.

Contra-indicações

Kivexa é contra-indicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a abacavir ou lamivudina ou a qualquer um de seus excipientes. • Kivexa é contra-indicado em pacientes com deterioração hepática moderada a grave.

Advertências

As advertências e precauções especiais relevantes para abacavir e lamivudina estão incluídas nesta seção. Não existem precauções e advertências adicionais relevantes para Kivexa. Hipersensibilidade a abacavir (ver também Reações adversas). Em estudos clínicos, aproximadamente 5% dos indivíduos que recebem abacavir desenvolveram uma reação de hipersensibilidade, que, em casos raros foram fatais. • Fatores de Risco Estudos têm mostrado que a presença do alelo HLA B*5701 está associada a um risco significativamente maior de reação de hipersensibilidade ao abacavir. No estudo prospectivo CNA106030 (PREDICT-1), a pesquisa da presença do alelo HLAB*5701 pré-terapia e subseqüentemente a proibição de abacavir em pacientes com este alelo, reduziu a incidência de reações de hipersensibilidade ao abacavir clinicamente suspeitas de 7,8% (66 de 847) para 3,4% (27 de 803) (p<0,0001) e a incidência de reações de hipersensibilidade confirmadas pelo teste de adesivo cutâneo de 2,7% (23 de 842) para 0,0% (0 de 802) (p<0,0001). Com base neste estudo, estima-se que 48% a 61% dos pacientes com alelo HLA B*5701 desenvolverão uma reação de hipersensibilidade durante o curso do tratamento com abacavir comparado com 0% a 4% de pacientes que não apresentam o alelo HLA B*5701. Os médicos devem considerar uma pesquisa sobre a presença do alelo HLA B*5701 em qualquer paciente infectado por HIV antes da exposição ao abacavir. O uso de abacavir em pacientes portadores do alelo HLA B*5701 não é recomendado e deve ser considerado somente sob circunstâncias excepcionais onde o benefício potencial supera o risco e com uma supervisão médica próxima. Em qualquer paciente tratado com abacavir, o diagnóstico clínico de reação de hipersensibilidade suspeita deve permanecer na base de tomada de decisão clínica. Mesmo na ausência do alelo HLA B*5701, é importante interromper permanentemente o abacavir e não introduzi-lo novamente caso a reação de hipersensibilidade não possa ser excluída em bases clínicas, devido ao seu potencial para uma reação grave ou mesmo fatal. • Descrição A reação de hipersensibilidade é caracterizada pelo aparecimento de sintomas que indicam comprometimento de múltiplos órgãos. A maioria dos pacientes tem febre e/ou exantema, como parte da síndrome. Alguns dos outros sintomas de hipersensibilidade podem incluir fadiga, mal-estar, sintomas gastrintestinais, como náuseas, vômitos, diarréia ou dor abdominal, e sinais e sintomas respiratórios, como dispnéia, dor de garganta, tosse e achados anormais na radiografia de tórax (predominantemente infiltrados, que podem ser localizados). Os sintomas dessa reação de hipersensibilidade podem ocorrer a qualquer momento durante o tratamento com abacavir, mas em geral ocorrem dentro das primeiras seis semanas de terapia. Os sintomas pioram com a terapia continuada e podem impor risco à vida. Esses sintomas em geral se resolvem quando a administração de abacavir é suspensa. • Conduta Os pacientes que desenvolvem sinais ou sintomas de hipersensibilidade PRECISAM entrar em contato com seu médico imediatamente para obter orientações. Quando é diagnosticada uma reação de hipersensibilidade, Kivexa TEM DE ser interrompido imediatamente. Kivexa ou qualquer outro produto medicamentoso que contenha abacavir, NUNCA DEVEM ser reiniciados depois de uma reação de hipersensibilidade, porque haverá recidiva dos sintomas mais graves dentro de horas, podendo incluir hipotensão que impõe risco à vida e óbito. Para evitar a demora do diagnóstico e minimizar o risco de reação de hipersensibilidade com risco de morte, Kivexa deve ser interrompido permanentemente se a hipersensibilidade não puder ser excluída, mesmo quando outros diagnósticos sejam possíveis (doenças respiratórias, doenças tipo gripe, gastrenterite ou reações a outros medicamentos). Kivexa ou qualquer outro produto medicamentoso, não devem ser reiniciados mesmo que ocorra a recorrência dos sintomas depois de substituição com medicamento(s) alternativo(s). Um Cartão de alerta com informações para o paciente, sobre essa reação de hipersensibilidade está incluído na embalagem. • Considerações especiais depois de uma interrupção de terapia com Kivexa Se a terapia com Kivexa tiver sido interrompida e seu reinício estiver sendo considerado, o motivo da interrupção deve ser avaliado para garantir que o paciente não tenha sintomas de reação de hipersensibilidade. Se não for possível excluir a reação de hipersensibilidade, Kivexa ou qualquer outro produto medicamentoso que contenha abacavir não deve ser reiniciado. Há relatos esporádicos de reação de hipersensibilidade depois da reintrodução de abacavir, cuja interrupção foi precedida por um único sintoma importante de hipersensibilidade (exantema, febre, mal-estar/fadiga, sintomas gastrintestinais ou sintoma respiratório). Quando se toma a decisão de reiniciar Kivexa nesses pacientes, isso só deve ser feito com supervisão médica direta. Em ocasiões muito raras, as reações de hipersensibilidade foram relatadas em pacientes que reiniciaram a terapia, e que anteriormente não tiveram sintomas de reação de hipersensibilidade. Quando se toma a decisão de reiniciar Kivexa, só se deve fazê-lo se o atendimento médico for acessível imediatamente para o paciente ou para outras pessoas. • Informações essenciais para o paciente Os médicos que prescrevem o medicamento devem ter certeza de que os pacientes estão totalmente cientes das seguintes informações sobre a reação de hipersensibilidade: • Os pacientes precisam estar conscientes da possibilidade da reação de hipersensibilidade a abacavir, que pode resultar em reação que impõe risco à vida ou em óbito. • Os pacientes que desenvolvem sinais ou sintomas possivelmente ligados a uma reação de hipersensibilidade DEVEM ENTRAR EM CONTATO COM seu médico IMEDIATAMENTE. • Os pacientes hipersensíveis a abacavir devem ser lembrados que nunca devem tomar Kivexa ou qualquer outro produto medicamentoso que contenha abacavir outra vez. • Para evitar o reinício, deve-se pedir aos pacientes que tiveram reação de hipersensibilidade que devolvam os comprimidos restantes à farmácia. • Os pacientes que pararam de tomar Kivexa por algum motivo, em especial devido a possíveis reações adversas ou doença, devem ser aconselhados a consultar o médico antes de reiniciar a medicação. • Todos os pacientes devem ser lembrados de ler a bula da embalagem. Devem ser lembrados da importância de remover o Cartão de Alerta incluído na embalagem e de mantê-lo consigo o tempo todo. Acidose lática/hepatomegalia com esteatose - A acidose lática e a hepatomegalia grave com esteatose, inclusive os casos fatais, foram relatadas com o uso de análogos nucleosídicos anti-retrovirais isolados ou combinados, inclusive abacavir e lamivudina. A maioria desses casos ocorreu em mulheres. As características clínicas que podem ser indicativas do desenvolvimento de acidose lática são fraqueza generalizada, anorexia e perda de peso repentina não explicada, sintomas gastrintestinais e sintomas respiratórios (dispnéia e taquipnéia). É preciso ter cuidado ao administrar Kivexa a qualquer paciente e, em especial àqueles que têm fatores de risco conhecidos de doença hepática. O tratamento com Kivexa deve ser suspenso em todos os pacientes que desenvolverem achados clínicos ou laboratoriais sugestivos de acidose lática ou hepatotoxicidade (que podem incluir hepatomegalia e esteatose, mesmo na ausência de elevações acentuadas de transaminase). Lipodistrofia - Redistribuição/acúmulo de gordura corporal, inclusive obesidade central, aumento da gordura dorsocervical (corcova de búfalo), caquexia periférica, caquexia facial, aumento da mama, concentrações elevadas de lípides séricos e glicose sangüínea foram observados em alguns pacientes que receberam terapia anti-retroviral combinada (ver Reações adversas). Embora todos os membros das classes de inibidores da transcriptase reversa de protease e nucleosídicos dos produtos medicamentosos foram associados a um ou mais desses eventos adversos específicos, ligados a uma síndrome geral normalmente denominada lipodistrofia, os dados indicam que existem diferenças de risco entre cada membro das respectivas classes terapêuticas. Além disso, a síndrome da lipodistrofia tem etiologia multifatorial, sendo que, por exemplo, o estado da doença por HIV, a idade mais avançada e a duração do tratamento anti-retroviral têm papel importante, possivelmente sinérgico. As conseqüências a longo prazo desses eventos não são conhecidas atualmente. O exame clínico deve incluir a avaliação de sinais clínicos de redistribuição de gordura. É preciso considerar a medida dos lípides séricos e da glicose sangüínea. Os transtornos lipídicos devem ser tratados da maneira clínica apropriada. Síndrome da reconstituição imunológica: Nos pacientes infectados pelo HIV com deficiência imunológica grave na ocasião do início da terapia anti-retroviral (ART), pode ocorrer uma reação inflamatória às infecções assintomáticas ou oportunistas residuais, que causam afecções clínicas graves ou agravam os sintomas. Via de regra, essas reações são observadas dentro das primeiras semanas ou meses do início da ART. Exemplos relevantes são retinite por citomegalovírus, infecções micobacterianas generalizadas e/ou focais e pneumonia por Pneumocystis jiroveci (P. carinii). Todos os sintomas inflamatórios devem ser avaliados sem demora e o tratamento deve ser iniciado quando necessário. Pacientes co-infectados pelo vírus da hepatite B - O estudo clínico e o uso de lamivudina encontrada no comércio demonstrou que certos pacientes com hepatite B crônica (HBV) podem ter evidências clínicas ou laboratoriais de hepatite recorrente ao interromper lamivudina, o que pode ter conseqüências mais graves nos pacientes com hepatopatia descompensada. Se Kivexa for suspenso em pacientes co-infectados pelo vírus da hepatite B, a monitoração periódica de testes de função hepática e marcadores de replicação do HBV deve ser considerada. Infecções oportunistas - Os pacientes que recebem Kivexa ou qualquer outra terapia antiretroviral também podem desenvolver infecções oportunistas e outras complicações da infecção pelo HIV. Dessa forma, os pacientes devem permanecer em observação clínica rigorosa por médicos experientes no tratamento dessas doenças associadas ao HIV. Transmissão de infecção - Os pacientes devem ser avisados de que a terapia anti-retroviral atual, inclusive Kivexa, não tem comprovação de evitar o risco de transmissão do HIV a outras pessoas através de contato sexual ou contaminação com sangue. As precauções apropriadas devem continuar a serem tomadas. Infarto do Miocárdio - Em um estudo epidemiológico prospectivo, observacional, planejado para investigar o índice de infarto do miocárdio em pacientes recebendo tratamento anti-retroviral combinado, o uso de abacavir no período de seis meses anteriores foi correlacionado com um aumento no risco de infarto do miocárdio. Em uma análise combinada de estudos clínicos patrocinados pela GSK, nenhum aumento do risco de infarto do miocárdio foi observado com o uso de abacavir. Não há nenhum mecanismo biológico conhecido que explique um aumento potencial no risco de infarto do miocárdio. De modo geral, os dados disponíveis de coortes observacionais e de estudos clínicos controlados não são conclusivos a respeito da relação entre o tratamento com abacavir e o risco de infarto do miocárdio. Como precaução, o risco subjacente de cardiopatia coronariana deve ser levado em consideração na prescrição de tratamentos com anti-retrovirais, incluindo abacavir, e devem ser tomadas as medidas apropriadas para minimizar todos os fatores de risco modificáveis (ex: hipertensão, hiperlipidemia, diabetes mellitus e tabagismo).

Uso na gravidez

O uso seguro na gravidez humana não foi estabelecido. A lamivudina e o abacavir foram associados a achados em estudos de reprodução em animais. Assim sendo, a administração de Kivexa na gravidez deve ser considerada apenas se o benefício para a mãe superar o possível risco para o feto. Há relatos de elevações leves e transitórias da concentração de lactato sérico, que pode ser devido a disfunção mitocondrial, em recém-nascidos e lactentes expostos in utero ou peri-partum aos inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa (NRTIs). A relevância clínica das elevações transitórias do lactato sérico é desconhecida. Há também raros relatos sobre retardo do desenvolvimento, convulsões e outras afecções neurológicas. Contudo, não foi estabelecida uma relação causal entre esses eventos e a exposição a NRTI in utero ou peri-partum. Esses achados não afetam as recomendações vigentes do uso de terapia anti-retroviral em gestantes para evitar a transmissão vertical do HIV. Lactação Os especialistas em saúde recomendam que, sempre que possível, as mulheres infectadas pelo HIV não amamentem seus filhos, de modo a evitar a transmissão do HIV. A lamivudina é excretada no leite humano em concentrações similares às encontradas no soro. Espera-se que abacavir também seja secretado no leite humano, embora isso não tenha sido confirmado. Assim, recomenda-se que as mães não amamentem enquanto estiverem recebendo tratamento com Kivexa.

Interações medicamentosas

Como Kivexa contém abacavir e lamivudina, todas as interações que foram identificadas com esses agentes individualmente podem ocorrer com Kivexa. Os estudos clínicos demonstraram que não há interações clinicamente significativas entre abacavir e lamivudina. O abacavir e a lamivudina não são substancialmente metabolizados pelas enzimas do citocromo P450 (como CYP 3A4, CYP 2C9 ou CYP 2D6) nem inibem ou induzem esse sistema enzimático. Portanto, há pouco potencial de interações com inibidores anti-retrovirais de protease, inibidores não-nucleosídicos e outros produtos medicamentosos metabolizados pelas principais enzimas P450. A probabilidade de interações metabólicas com a lamivudina é baixa devido ao metabolismo e a ligação protéica no plasma limitados e a depuração renal quase completa. A lamivudina é predominantemente eliminada por secreção catiônica orgânica ativa. A possibilidade de interações com outros produtos medicamentosos administrados concomitantemente deve ser considerada, em especial quando a principal via de eliminação é renal. Interações relevantes para abacavir Etanol - O metabolismo de abacavir é alterado pela ingestão simultânea de etanol, resultando em aumento da AUC de abacavir de cerca de 41%. Dado o perfil de segurança de abacavir, esses achados não são considerados de relevância clínica. O abacavir não tem efeito sobre o metabolismo do etanol. Metadona - Em um estudo farmacocinético, a co-administração de 600 mg de abacavir duas vezes por dia com metadona mostrou 35% de redução da Cmax de abacavir e uma hora de atraso no tmax, mas a AUC ficou inalterada. As alterações na farmacocinética de abacavir não são consideradas clinicamente relevantes. Nesse estudo, abacavir aumentou a depuração sistêmica médica de metadona em 22%. Essa alteração não é considerada de relevância clínica para a maioria dos pacientes, contudo, ocasionalmente, pode ser necessária uma nova titulação da dose de metadona. Interações relevantes de lamivudina Trimetoprima - A administração de trimetoprima /sulfametoxazol, 160mg/800mg (co-trimoxazol) causa um aumento de 40% da exposição a lamivudina, devido ao componente trimetoprima. No entanto, a menos que o paciente tenha deterioração renal, não é necessário ajuste de dose (ver Posologia e Administração). A lamivudina não tem efeito sobre a farmacocinética de trimetoprima ou de sulfametoxazol. O efeito da co-administração de lamivudina com doses mais altas de co-trimoxazol usado para o tratamento de pneumonia por Pneumocystis jiroveci (P. carinii) e toxoplasmose não foi estudado. Zalcitabina – A lamivudina pode inibir a fosforilação intracelular de zalcitabina quando os dois produtos medicamentosos são usados simultaneamente. Kivexa não é, portanto, recomendado em combinação com zalcitabina.

Reações adversas / Efeitos colaterais

Kivexa contém abacavir e lamivudina, portanto, os eventos adversos associados a eles podem ser esperados. Hipersensibilidade a abacavir (ver também Advertências e precauções). Em estudos clínicos, aproximadamente 5% dos indivíduos que recebem abacavir desenvolveram uma reação de hipersensibilidade, que, em casos raros foram fatais. Essa reação é caracterizada pelo aparecimento de sintomas que indicam comprometimento de múltiplos órgãos ou sistemas corporais. Quase todos os pacientes que desenvolvem reações de hipersensibilidade têm febre e/ou exantema (em geral maculopapular ou de urticária) como parte da síndrome, contudo, as reações ocorreram sem exantema ou febre. Os sintomas podem ocorrer a qualquer momento do tratamento com abacavir, mas em geral, aparecem nas primeiras seis semanas desde o início do tratamento (mediana de 11 dias para o início). Os sinais e sintomas dessa reação de hipersensibilidade estão listados abaixo. Os que foram relatados em pelo menos 10% dos pacientes com reação de hipersensibilidade estão em negrito. Pele: exantema (em geral maculopapular ou de urticária). Trato gastrintestinal: náusea, vômitos, diarréia, dor abdominal, ulcerações na boca. Trato respiratório: dispnéia, tosse, dor de garganta, síndrome da angústia respiratória do adulto, insuficiência respiratória. Diversos: febre, fadiga, mal-estar, edema, linfadenopatia, hipotensão, conjuntivite, anafilaxia. Psiquiatria / neurologia: cefaléia, parestesia. Hematológico: linfopenia. Fígado/pâncreas: testes de função hepática elevada, insuficiência hepática. Músculo-esqueléticos: mialgia, raramente miólise, artralgia, creatina fosfocinase elevada. Urologia: creatinina elevada, insuficiência renal. Considerava-se inicialmente que alguns pacientes com hipersensibilidade tinham doença respiratória (pneumonia, bronquite, faringite), doença tipo gripe, gastroenterite ou reações a outros medicamentos. Essa demora do diagnóstico de hipersensibilidade resultou em continuação ou reintrodução de abacavir, levando a reação de hipersensibilidade mais grave ou ao óbito. Portanto, o diagnóstico de reação de hipersensibilidade deve ser cuidadosamente considerado nos pacientes que apresentam sintomas dessas doenças. Se não for possível excluir a reação de hipersensibilidade, Kivexa ou qualquer outro produto medicamentoso que contenha abacavir não deve ser reiniciado. Os sintomas relacionados com essa reação de hipersensibilidade agravam-se com a continuação da terapia e, em geral, se resolvem com a interrupção de abacavir. A reintrodução de abacavir depois de uma reação de hipersensibilidade resulta em retorno imediato dos sintomas dentro de horas. Essa recorrência da reação de hipersensibilidade pode ser mais grave que a apresentação inicial, e pode incluir hipotensão que impõe risco à vida e óbito. Os pacientes que desenvolvem essa reação de hipersensibilidade devem suspender Kivexa e jamais devem ter outra provocação com Kivexa ou com qualquer outro produto medicamentoso que contenha abacavir. Há relatos esporádicos de reação de hipersensibilidade depois da reintrodução de abacavir, cuja interrupção foi precedida por um único sintoma importante de hipersensibilidade (exantema, febre, mal-estar/fadiga, sintomas gastrintestinais ou sintoma respiratório). Em ocasiões muito raras, as reações de hipersensibilidade foram relatadas em pacientes que reiniciaram a terapia, e que anteriormente não tiveram sintomas de reação de hipersensibilidade. Para a maioria dos eventos adversos listados não está claro se eles estão relacionados com o princípio ativo, com a ampla gama de outros produtos medicamentosos usados no tratamento da infecção por HIV ou se são resultado do processo patológico subjacente. Muitos dos eventos adversos listados são comuns (náuseas, vômitos diarréia, febre, letargia, exantema) em pacientes com hipersensibilidade a abacavir. Portanto, os pacientes com qualquer um desses sintomas devem ser avaliados meticulosamente quanto a presença dessa reação de hipersensibilidade. Se Kivexa for suspenso devido ao fato de os pacientes apresentarem qualquer um desses sintomas e se tomar a decisão de reiniciar abacavir, isso só deve ser feito com supervisão médica direta (ver Considerações especiais depois de uma interrupção de terapia com Kivexa em Advertências e precauções). Dados de estudos clínicos Freqüência de ocorrência Abacavir Lamivudina Comum (> 1/100, < 1/10) hipersensibilidade ao fármaco, anorexia, cefaléia, náuseas, vômitos, diarréia, febre, letargia, fadiga cefaléia, náuseas, vômitos, dor na parte superior do abdome, diarréia, exantema, fadiga, mal-estar, febre. Incomum (> 1/1.000, < 1/100) neutropenia, anemia, trombocitopenia, elevações transitórias das enzimas hepáticas (AST, ALT) Dados pós-comercialização Além dos eventos adversos incluídos nos dados dos estudos clínicos, os seguintes eventos adversos listados na tabela foram identificados durante o uso posterior à aprovação de abacavir e lamivudina. Esses eventos foram escolhidos para inclusão devido à possibilidade de conexão causal com abacavir e/ou lamivudina. Freqüência de ocorrência Abacavir Lamivudina Comum (> 1/100, < 1/10) Exantema/rash cutâneo (sem sintomas sistêmicos), hiperlactatemia alopecia, artralgia, transtornos musculares, hiperlactatemia Raro (> 1/10.000, < 1/1.000) pancreatite, mas a relação causal com abacavir é incerta, 1acidose lática rabdomiólise, elevações da amilase sérica, pancreatite, embora a relação causal com lamivudina seja incerta, 1acidose lática Muito raro (< 1/10.000) eritema multiforme, síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica aplasia pura da série vermelha, parestesias, neuropatia periférica foi relatada, embora a relação causal com o tratamento seja incerta 1Acidose lática (ver Advertências e precauções) A redistribuição ou acúmulo de gordura corporal foram observados em alguns pacientes que recebiam terapia anti-retroviral combinada (ver Advertências e precauções). A incidência desse evento depende de múltiplos fatores, inclusive do medicamento anti-retroviral combinado em particular. ATENÇÃO: Este produto é um novo medicamento e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis para comercialização, podem ocorrer efeitos indesejáveis não conhecidos. Se isso ocorrer, o médico responsável deve ser comunicado.

Posologia

A terapia deve ser iniciada por um médico experiente no tratamento da infecção pelo HIV. Kivexa não deve ser administrado a adultos ou crianças com peso inferior a 40 kg, porque é um comprimido de dose fixa que não pode ser reduzida. Kivexa pode ser administrado com ou sem alimentos. Kivexa é um comprimido de dose fixa e não deve ser prescrito para pacientes que precisam de ajustes de dose, como os que têm depuração (clearance) de creatinina inferior a 50 ml/min ou com deterioração hepática leve. As preparações separadas de abacavir ou lamivudina devem ser administradas nos casos em que estão indicados suspensão ou ajuste de dose. Nesses casos, o médico deve consultar as informações específicas de cada um desses produtos medicamentosos. Populações • Adultos e crianças A dose recomendada em adultos e crianças é um comprimido uma vez por dia. • Crianças Kivexa não é recomendado para o tratamento de crianças com menos de 12 anos de idade, porque não é possível realizar os ajustes de dose necessários. Os médicos devem consultar as informações específicas de cada produto para lamivudina e abacavir. • Idosos A farmacocinética de abacavir e lamivudina não foi estudada em pacientes com mais de 65 anos de idade. Ao tratar pacientes idosos, é preciso considerar a maior freqüência de redução da função hepática, renal e cardíaca, produtos medicamentosos ou doenças concomitantes. • Deterioração renal Embora não seja necessário o ajuste de dose de abacavir nos pacientes com deterioração renal, a redução de dose de lamivudina é necessária devido a menor depuração. Portanto, Kivexa não é recomendado para uso em pacientes com depuração de creatinina inferior a 50 ml/min (ver Farmacocinética). • Deterioração hepática Provavelmente, a redução de dose de abacavir será necessária para os pacientes com deterioração hepática leve. Como a redução de dose não é possível, deve-se usar uma preparação separada de abacavir quando se considerar necessário. Kivexa é contra-indicado em pacientes com deterioração hepática moderada a grave (ver Farmacocinética).

Superdosagem

Sinais e sintomas Nenhum sintoma ou sinal específico foi identificado depois de uma dose excessiva aguda com abacavir ou lamivudina, além dos listados como efeitos indesejáveis. Tratamento Se ocorrer dose excessiva, o paciente deve ser monitorado quanto a evidências de toxicidade, e o tratamento padrão deve ser aplicado de acordo com a necessidade. Uma vez que lamivudina é dialisável, a hemodiálise contínua pode ser usada no tratamento da dose excessiva, embora isso não tenha sido estudado. Não se sabe se abacavir pode ser removido por diálise peritoneal ou hemodiálise.

Informações

Composição: sulfato de abacavir 702mg (1) lamivudina 300mg celulose microcristalina, glicolato amido de sódio (Tipo A), estearato de magnésio e opadry orange (2) q.s.p. 1 comprimido 1. Equivalente a 600 mg de abacavir por comprimido com base no fator de 1,17. 2. Hipromelose, dióxido de titânio, polietilenoglicol, polissorbato 80, amarelo crepúsculo-laca de alumínio. Código ATC Grupo farmacoterapêutico - inibidor nucleosídico da transcriptase reversa (NRTI) - Código ATC: J05A F30. Mecanismo de ação O abacavir e a lamivudina são NRTIs, e são inibidores potentes e seletivos de HIV-1 e HIV-2. Tanto o abacavir quanto a lamivudina são metabolizados seqüencialmente por kinases intracelulares para o respectivo trifosfato (TP), que são metades ativas. A lamivudina-TP e o carbovir-TP (a forma trifosfato ativa de abacavir) são substratos e inibidores competitivos da transcriptase reversa (RT) do HIV. Contudo, sua principal atividade antiviral é por meio da incorporação da forma monofosfato na cadeia do DNA viral, resultando em término da cadeia. Os trifosfatos de abacavir e lamivudina têm significativamente menos afinidade pelas polimerases do DNA da célula hospedeira. Em um estudo com 20 pacientes infectados pelo HIV que recebem 300 mg de abacavir duas vezes por dia, com apenas uma dose de 300 mg administrada antes das 24 horas do período de amostragem, a média geométrica terminal de meia-vida de carbovir-TP intracelular em estado de equilíbrio foi 20,6 horas, comparada com a média geométrica de meia-vida plasmática de abacavir neste estudo, de 2,6 horas. As propriedades farmacocinéticas em estado de equilíbrio para o abacavir 600mg uma vez ao dia foi comparada ao abacavir 300mg duas vezes ao dia em um estudo cruzado em 27 pacientes infectados com HIV. As exposições intracelulares ao carbovir trifosfato em células mononucleares de sangue periférico foram mais altas para o abacavir 600mg uma vez ao dia com respeito a AUC 24,ss (32% maior), Cmáx 24,ss (99% maior) e níveis de vale (18% maior), comparada ao abacavir 300mg duas vezes ao dia. Para os pacientes que recebem 300 mg de lamivudina uma vez por dia, a meia-vida terminal intracelular de lamivudina-TP foi prolongada para 16 a 19 horas, em comparação com a meia-vida plasmática de lamivudina, de 5 a 7 horas. As propriedades farmacocinéticas em estado de equilíbrio para a lamivudina 300mg uma vez ao dia por 7 dias comparada a a lamivudina 150mg duas vezes ao dia por 7 dias foram determinadas em um estudo cruzado com 60 voluntários saudáveis. As exposições intracelulares ao trifosfato de lamivudina em células mononucleares de sangue periférico foram similares com relação a AUC 24,ss e Cmáx 24,ss, entretanto os valores foram menores quando comparado ao regime de 150mg duas vezes ao dia. A variação inter sujeitos foi maior para as concentrações de trifosfato de lamivudina intracelular quando comparada à variação entre os valores das concentrações plasmáticas de lamivudina. Esses dados apóiam o uso de 300 mg de lamivudina e de 600 mg de abacavir uma vez por dia para o tratamento de pacientes infectados pelo HIV. Além disso, a eficácia e segurança dessa combinação administrada uma vez por dia foi demonstrada em um estudo clínico pivotal (CNA30021- ver Estudos clínicos). Efeitos farmacodinâmicos Demonstrou-se que lamivudina é altamente sinérgica com zidovudina, inibindo a replicação do HIV em cultura celular. O abacavir mostra sinergia in vitro em combinação com amprenavir, nevirapina e zidovudina. Demonstrou-se que é aditivo em combinação com didanosina, zalcitabina, estavudina e lamivudina. A resistência do HIV-1 à lamivudina envolve o desenvolvimento de uma mudança de aminoácido M184V perto do local ativo da RT viral. Essa variante ocorre tanto in vitro quanto nos pacientes infectados pelo HIV-1 tratados com terapia anti-retroviral que contém lamivudina. Os mutantes M184V apresentam suscetibilidade grandemente reduzida a lamivudina e mostram menor capacidade de replicação viral in vitro. Os estudos in vitro indicam que os isolados de vírus resistentes a zidovudina podem tornar-se sensíveis à zidovudina quando simultaneamente adquirem resistência a lamivudina. A relevância clínica desses achados, porém, ainda não está bem-definida. Os isolados de HIV-1 resistentes a abacavir foram selecionados in vitro e são associados a alterações genotípicas específicas na região do códon da RT (códons M184V, K65R, L74V e Y115F). A resistência viral a abacavir desenvolve-se com relativa lentidão in vitro e in vivo, exigindo múltiplas mutações para atingir um aumento de oito vezes o IC50 sobre o vírus do tipo selvagem, o que pode ser uma concentração clinicamente relevante. Os isolados resistentes a abacavir também podem mostrar menor sensibilidade a lamivudina, zalcitabina, tenofovir, entricitabina e/ou didanosina, mas permanecem sensíveis a zidovudina e estavudina. A resistência cruzada entre abacavir ou lamivudina e anti-retrovirais de outras classes, por exemplo, inibidores de protease (PI) ou inibidores não-nucleosídicos de transcriptase reversa (NNRTI), não é provável. A menor suscetibilidade a abacavir foi demonstrada em isolados clínicos de pacientes com replicação viral descontrolada, que foram pré-tratados com outros inibidores nucleosídicos e são resistentes a eles. Os isolados clínicos com três ou mais mutações associadas a NRTIs não têm probabilidade de ser suscetíveis a abacavir. A resistência cruzada concedida pela RT M184V é limitada dentro da classe de inibidores nucleosídicos de agentes anti-retrovirais. Zidovudina, estavudina, abacavir e tenofovir mantêm suas atividades anti-retrovirais contra HIV-1 resistente a lamivudina que abriga apenas a mutação M184V.

três ou mais mutações associadas a NRTIs não têm probabilidade de ser suscetíveis a abacavir. A resistência cruzada concedida pela RT M184V é limitada dentro da classe de inibidores nucleosídicos de agentes anti-retrovirais. Zidovudina, estavudina, abacavir e tenofovir mantêm suas atividades anti-retrovirais contra HIV-1 resistente a lamivudina que abriga apenas a mutação M184V.