Bulas de Remédios

As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.



Laboratório

Roche

Apresentação

cáps. gelatinosas de 25 mg ou 50 mg: emb. c/ 14 e 28 cáps.

Indicações

Tratamento de estados depressivos

Contra-indicações

O milnaciprano é contra-indicado nas seguintes condições: - Hipersensibilidade conhecida ao milnaciprano ou a outros componentes da formulação; • Em pacientes com menos de 15 anos, por falta de dados clínicos; Em associação com inibidores não seletivos da MAO (IMAOs), inibidores seletivos da MAO B, digitálicos e agonistas 5HT1D (sumatriptano). É conveniente aguardar um intervalo de pelo menos 15 dias entre a interrupção do tratamento com um inibidor da MAO e a introdução de milnaciprano (vide Interações medicamentosas); De modo geral, este medicamento também não deve ser usado nas seguintes condições:Em associação com adrenalina e noradrenalina por via parenteral, ou clonidina e compostos similares, digoxina e inibidores seletivos da MAO A (vide Precauções e advertências e Interações medicamentosas); • Em hipertrofia prostática e outros distúrbios gênito-urinários ; Na gravidez e lactação: por medida de precaução, é preferível não usar o milnaciprano durante a gravidez, pois não existem informações suficientes sobre seus efeitos sobre o feto; como o milnaciprano passa para o leite em pequenas quantidades, seu uso é contra-indicado durante a amamentação.

Advertências

Como no tratamento com outros antidepressivos, o risco de suicídio em pacientes deprimidos persiste no início do tratamento, pois o efeito na inibição psicomotora pode preceder a ação antidepressiva do medicamento. Pacientes com insônia ou nervosismo no início do tratamento podem necessitar tratamento sintomático adjuvante transitório. Em caso de evidente ciclagem para mania, o tratamento com milnaciprana deve ser descontinuado e, na maioria dos casos, um agente antipsicótico sedativo ser introduzido. Embora interação com álcool não tenha sido evidenciada, recomenda-se evitar a ingestão de álcool, como com qualquer medicamento psicotrópico. A exposição sistêmica à milnaciprana está aumentada em 20% quando combinado a levomepromazina em voluntários sadios. Um aumento maior pode ocorrer em idosos e pacientes com insuficiência renal. Milnaciprana deve ser prescrita com prudência nos seguintes casos: • pacientes com insuficiência renal: a posologia deve ser reduzida, em razão do prolongamento da meia-vida de eliminação (vide Posologia); • pacientes com história de dificuldade para a passagem da urina, notadamente em pacientes com hipertrofia prostática e outros distúrbios gênito-urinários: devido ao componente noradrenérgico do mecanismo de ação de milnaciprana, é necessária a monitoração de doenças micionais; • pacientes hipertensos ou cardiopatas: recomenda-se reforçar a vigilância clínica, uma vez que a milnaciprana pode aumentar discretamente a freqüência cardíaca em alguns pacientes; • pacientes com glaucoma de ângulo estreito; • pacientes com epilepsia ou história de epilepsia: deve ser usado com cuidado e descontinuado em todos os casos em que ocorrerem convulsões. Existem relatos de casos de hiponatremia em pacientes recebendo inibidores de recaptação de serotonina, possivelmente devido a uma síndrome de secreção inadequada do hormônio antidiurético. Cuidados especiais são recomendados com idosos, pacientes em uso de diuréticos ou outros medicamentos que possam induzir hiponatremia, pacientes com cirrose ou desnutridos. Casos de hemorragia, alguns graves, têm sido relatados com o uso de inibidores de recaptação de serotonina. Sendo assim, recomenda-se cuidado especial com pacientes em uso de anticoagulantes orais ou medicamentos que atuem na função plaquetária, como AINHs ou aspirina, ou qualquer outra medicação que possa aumentar o risco de sangramentos. Precauções também estão recomendadas para pacientes com antecedentes de sangramentos anormais.

Uso na gravidez

Por medida de precaução, é preferível não usar milnaciprana durante a gravidez, pois não existem informações suficientes sobre seus efeitos sobre o feto; como a milnaciprana passa para o leite em pequenas quantidades, seu uso é contra-indicado durante a amamentação. Estudos em animais evidenciaram a passagem de pequena quantidade de milnaciprana pela placenta. Atualmente, não há dados relevantes que demonstrem efeitos teratogênicos ou tóxicos de milnaciprana para o feto quando este é administrado durante a gravidez. Na ausência de efeitos teratogênicos demonstrados nos estudos em animais, malformações em humanos não são esperadas. Entretanto, por medida de precaução, é preferível não administrar a milnaciprana durante a gravidez. Como pequenas quantidades de milnaciprana são excretadas no leite materno, a amamentação é contra-indicada. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião – dentista.

Interações medicamentosas

Associações contra-indicadas: • Com inibidores não seletivos da MAO (iproniazida): existe o risco do desenvolvimento de síndrome serotoninérgica*. Deve haver um intervalo de duas semanas entre o término de tratamento com um IMAO e o início do tratamento com milnaciprana e pelo menos uma semana entre a interrupção de milnaciprana e o início de tratamento com um IMAO. • Com inibidores seletivos da MAO-B (selegilina): existe o risco de crises hipertensivas. Deve haver um intervalo de duas semanas entre a interrupção do IMAO-B e o início do tratamento com milnaciprana e pelo menos uma semana entre a interrupção de milnaciprana e o início do tratamento com IMAO-B. • Com agonistas 5HT1D (sumatriptano): por extrapolação com inibidores seletivos de recaptação da serotonina, existe o risco de hipertensão arterial e vasoconstrição arterial coronariana, por potencialização de efeitos serotoninérgicos. Deve-se aguardar uma semana entre a interrupção de milnaciprana e o início do tratamento com agonistas 5HT1D. • Com digitálicos (digoxina): risco de potencialização de efeitos hemodinâmicos, particularmente por via parenteral. Associações desaconselhadas: • Com adrenalina, noradrenalina (simpatomiméticos alfa e beta): em caso de ação sistêmica, por via parenteral: risco de crises hipertensivas, com possíveis arritmias (inibição da entrada de adrenalina ou de noradrenalina na fibra simpática). • Com clonidina e compostos similares (relatado com desipramina e imipramina): inibição do efeito anti-hipertensivo da clonidina (antagonismo de receptores adrenérgicos). • Com inibidores seletivos da MAO-A (moclobemida): risco de desenvolvimento de síndrome serotoninérgica*. Se esta associação não puder ser evitada, o paciente deve ser cuidadosamente monitorado. Iniciar o tratamento combinado com a mínima dose recomendada. Associações que requerem precauções de uso: • Com adrenalina, noradrenalina (simpatomiméticos alfa e beta): no caso de injeção subcutânea ou gengival, com indicação hemostática: risco de crise hipertensiva com possibilidade de arritmias cardíacas (inibição da entrada de adrenalina ou noradrenalina na fibra simpática). Deve-se limitar a administração a menos de 0,1 mg de adrenalina em 10 minutos ou 0,3 mg em uma hora, no adulto. • Com lítio: risco de desenvolvimento de síndrome serotoninérgica*. O paciente deve ser monitorado regularmente. *Síndrome serotoninérgica: alguns casos de superdose ou certos medicamentos (como o lítio) podem causar síndrome serotoninérgica, requerendo interrupção imediata do tratamento com milnaciprana. A síndrome serotoninérgica manifesta-se pelo desenvolvimento simultâneo ou seqüencial (às vezes abrupto) de um conjunto de sintomas que podem requerer hospitalização ou mesmo levar à morte. Os seguintes sintomas podem ocorrer: • psiquiátricos: agitação, confusão mental, hipomania, eventualmente coma; • motores: mioclonias, tremores, hiperreflexia, rigidez, hiperatividade; • vegetativos: hipotensão ou hipertensão arterial, taquicardia, calafrios, hipertermia, diaforese; • gastrintestinais: náusea, vômitos, cólicas, diarréia. O rigoroso respeito às doses preconizadas é um fator essencial na prevenção do aparecimento dessa síndrome.

Reações adversas / Efeitos colaterais

Os efeitos indesejáveis observados durante o tratamento com milnaciprana ocorrem principalmente na primeira ou nas duas primeiras semanas de tratamento e regridem, subseqüentemente, com a melhora da depressão. São geralmente leves e só raramente levam à interrupção do tratamento. Os efeitos indesejáveis mais comumente relatados, em monoterapia ou em associação com outros psicotrópicos, durante estudos clínicos e que ocorreram menos freqüentemente nos pacientes tratados com placebo, são: vertigem, diaforese, ansiedade, fogachos e disúria. Os efeitos indesejáveis relatados com menor freqüência são: náuseas, vômitos, xerostomia, constipação, tremores, palpitações, agitação, cefaléia, urticária, rash, que pode ser máculo-papular, eritematoso e com prurido. Pacientes com história de distúrbio cardiovascular ou uso concomitante de medicamento cardíaco podem ter maior incidência de eventos adversos cardiovasculares (hipertensão, hipotensão, hipotensão postural, taquicardia e palpitações). Além disso, certos efeitos indesejáveis são relacionados à própria natureza da depressão: • eliminação da inibição psicomotora, com risco de suicídio; • ciclagem do humor, com episódio de mania; • reativação de delírios, em pacientes psicóticos; • sintomas de ansiedade paroxística (com antidepressivos psicoestimulantes). Raramente, podem ocorrer: • síndrome serotoninérgica, em associação com outros medicamentos (vide Interações medicamentosas); • elevação moderada de transaminases; • retenção urinária (videPrecauções); • convulsões, particularmente em pacientes com antecedente de epilepsia (vide Precauções); • dor testicular e distúrbios de ejaculação. Excepcionalmente, podem ocorrer: • hiponatremia (vide Precauções); • equimoses ou outros sangramentos cutâneos ou mucosos (vide Precauções).

Posologia

A dose recomendada é de 100 mg por dia, fracionada em duas administrações de 50 mg (1 cápsula), pela manhã e à noite, de preferência às refeições. Pacientes idosos: o ajuste da dose não é necessário, se a função renal for normal. Pacientes com insuficiência renal: o ajuste da dose é necessário. Recomenda-se reduzir a dose diária para 50 mg ou 25 mg, de acordo com o grau de alteração da função renal. Nesse caso, utilizar cápsulas de 25 mg. Recomenda-se a seguinte adaptação posológica: Clearance de creatinina (Clcr) (min/min.) Posologia/24h Clcr >= 60 ____ 50 mg x 2 60 >Clcr >=30____ 25 mg x 2 30 >Clcr>= 10 __ 25 mg Duração do tratamento: o tratamento farmacológico de um episódio depressivo em geral dura vários meses (no mínimo 6 meses). Tratamentos adjuvantes: a associação de um medicamento sedativo ou ansiolítico pode ser útil no início do tratamento, a fim de prevenir o aparecimento ou a piora de sintomas de ansiedade. No entanto, os ansiolíticos não protegem obrigatoriamente o paciente de tendências suicidas. Modo de usar: a cápsula gelatinosa deve ser deglutida inteira, sem mastigar, com um pouco de água.

Superdosagem

Alguns casos de superdose foram observados com milnaciprana. Em doses elevadas, o efeito emético pode limitar consideravelmente o risco de superdose. Com a dose de 200 mg, os seguintes efeitos indesejáveis são observados freqüentemente (> 10%): náusea, diaforese e constipação. Com doses de 800 mg a 1 g, em monoterapia, os principais sintomas observados foram: vômitos, distúrbios respiratórios (crises de apnéia) e taquicardia. Após doses maciças (1,9 g a 2,8 g), em associação com outros fármacos (principalmente benzodiazepínicos) os seguintes sintomas adicionais ocorrem: sonolência, hipercapnia e alterações da consciência. Toxicidade cardíaca não foi relatada. Tratamento em caso de superdose: não existe antídoto específico para milnaciprana. O tratamento deve ser sintomático, com lavagem gástrica e carvão ativado, o mais precoce possível após a ingestão oral. Monitoração médica deve ser mantida por no mínimo 24 horas.

Informações

O milnaciprano é um inibidor não seletivo de recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN). Ao contrário dos antidepressivos tricíclicos, o milnaciprano não tem afinidade por receptores colinérgicos (muscarínicos), a1-adrenérgicos ou histaminérgicos H1. O milnaciprano também não tem afinidade por receptores dopaminérgicos D1 e D2 ou receptores benzodiazepínicos e opióides. Dados pré-clínicos de segurança indicam, em ingestão repetida, o fígado como órgão alvo em todas as espécies animais estudadas. Os primeiros efeitos tóxicos observados aparecem em doses elevadas, aproximadamente 10 vezes a dose terapêutica em humanos e são reversíveis. Em humanos, a dose terapêutica e as concentrações plasmáticas do milnaciprano produzem, consistentemente, um nível de inibição de 50% a 90% da recaptação de noradrenalina e serotonina. O milnaciprano não induz modificações de repolarização ou condução cardíacas e tem pouco efeito sedativo.

ível de inibição de 50% a 90% da recaptação de noradrenalina e serotonina. O milnaciprano não induz modificações de repolarização ou condução cardíacas e tem pouco efeito sedativo.