As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.
Laboratório
PharmaciaApresentação
fr.-ampola c/ 20 mg
de cloridrato de daunorrubicina sob a forma de pó liof. inj., acompanhado de ampola de diluente c/ 10 ml de sol. fisiológica apirógena estéril.Indicações
Leucemia aguda (linfocítica, mielocítica e eritrocitária).
Carcinomas: tumores sólidos de crianças, tais como neuroblastoma. Linfomas, linfomas não Hodgkin.Contra-indicações
O tratamento com daunorrubicina está contra-indicado nas seguintes condições:
Aplasia persistente da medula óssea; presença de infecções graves/generalizadas; insuficiência
hepática ou renal grave; história prévia ou atual de arritmia grave e insuficiência miocárdica;
infarto do miocárdio anterior; tratamento prévio com antraciclinas até a dose cumulativa máxima;
hipersensibilidade à daunorrubicina ou a outras antraciclinas; gravidez e amamentação (ver
Gravidez e lactação).Advertências
Daunoblastina® (cloridrato de daunorrubicina) deve ser administrado somente sob a supervisão de um médico experiente no uso de terapia citotóxica.Pacientes devem se recuperar de toxicidades agudas de tratamentos anteriores (tais como
estomatites, neutropenia, trombocitopenia e infecções generalizadas) antes de iniciar
tratamento com Daunoblastina®.
Atenção: este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em
diabéticos.
Toxicidade Hematológica
É necessário avaliar a resposta com base no estado da celularidade da medula óssea para
orientar o tratamento com Daunoblastina®: mielossupressão ocorrerá em todos os pacientes
que receberem doses terapêuticas do fármaco. Deve-se avaliar o perfil hematológico antes
e durante cada ciclo da terapia com Daunoblastina®, incluindo contagem diferencial de
células brancas: pode-se esperar citopenia grave, que requer controle cuidadoso.
O nadir da contagem de leucócitos e plaquetas geralmente ocorre de 10 a 14 dias após a
administração do fármaco, mas geralmente a contagem de células volta aos níveis prétratamento
durante a terceira semana. Podem ocorrer também trombocitopenia e anemia.
As conseqüências clínicas da mielossupressão grave incluem febre, infecções,
sepse/septicemia, choque séptico, hemorragias, hipóxia tecidual ou morte. Durante o ciclo
de tratamento, cuidado especial deve ser dispensado aos pacientes com neutropenia grave
e febre (neutropenia febril), uma condição que pode ser, possivelmente, seguida por
septicemia e morte.
Leucemia Secundária
Foi relatada leucemia secundária com ou sem fase pré-leucêmica em pacientes tratados
com antraciclinas incluindo Daunoblastina®. Leucemia secundária é mais comum quando
tais fármacos são administrados em combinação com agentes antineoplásicos que causam
dano ao DNA, em combinação com radioterapia, quando pacientes são pré-tratados
intensivamente com fármacos citotóxicos, ou quando doses de antraciclinas são
aumentadas. Essas leucemias podem ter de 1 a 3 anos de períodos de latência.
Função Cardíaca
Cardiotoxicidade é um risco do tratamento com antraciclinas que pode se manifestar por
eventos precoces (ou seja, agudo) ou tardios.
Eventos precoces (ou seja, agudo): a cardiotoxicidade precoce® consiste
principalmente de taquicardia sinusal e/ou anormalidades do eletrocardiograma (ECG), tais
como alterações não-específicas das ondas ST-T. Foram relatados taquiarritmias, incluindo
contrações ventriculares prematuras, assim como bloqueio cardíaco. Esses efeitos
geralmente não são preditivos de desenvolvimento posterior de cardiotoxicidade tardia e
raramente são de importância clínica e, geralmente, não são considerados para
descontinuação do tratamento com Daunoblastina®.
Eventos tardios: a cardiotoxicidade tardia geralmente se desenvolve tardiamente no curso
da terapia com Daunoblastina® ou dentro de 2 a 3 meses após o término do tratamento,
mas eventos mais tardios (vários meses a anos após o término do tratamento) também
foram relatados. Cardiomiopatia tardia manifesta-se pela redução da fração de ejeção
ventricular esquerda (FEVE) e/ou sinais e sintomas de insuficiência cardíaca congestiva
(ICC) tais como dispnéia, edema pulmonar, edema gravitacional, cardiomegalia e
hepatomegalia, oligúria, ascite, efusão pleural e ritmo de galope. A insuficiência cardíaca
congestiva com risco à vida é a forma mais grave de cardiomiopatia induzida por antraciclina
e representa uma toxicidade cumulativa dose-limitante do fármaco.
A função cardíaca deve ser avaliada antes dos pacientes receberem tratamento com
Daunoblastina® e deve ser monitorada durante a terapia para minimizar os riscos de
incorrer em insuficiência cardíaca grave. O risco pode ser reduzido pelo monitoramento
regular da FEVE durante o tratamento com descontinuação imediata da Daunoblastina® ao
primeiro sinal de função prejudicada. O método quantitativo apropriado para avaliação
repetida da função cardíaca (avaliação da FEVE) inclui angiografia por radionuclídeos multigated
(MUGA) ou ecocardiografia (ECO). A avaliação cardíaca basal com um ECG e com
um MUGA ou um ECO é recomendado, especialmente em pacientes com fatores de risco
para aumento de cardiotoxicidade. Determinações de MUGA ou ECO repetidas de FEVE
devem ser executadas, particularmente com doses mais altas e cumulativas de
antraciclinas. As técnicas usadas para avaliação devem ser consistentes durante o período
de acompanhamento.
O risco de desenvolver insuficiência cardíaca congestiva (ICC) aumenta – na ausência de
outros fatores de risco cardíaco – quando a dose cumulativa total®
excede 500-600 mg/m2 em adultos, 300 mg/m2 em crianças com mais de 2 anos de idade,
ou 10 mg/kg em crianças com menos de 2 anos de idade; essas doses somente devem ser
excedidas com extrema cautela.
Fatores de risco para toxicidade cardíaca incluem doença cardiovascular latente ou ativa,
radioterapia anterior ou concomitante na área mediastínica/pericardíaca, terapia prévia com
outras antraciclinas ou antracenedionas e uso concomitante de fármacos com a habilidade
para prejudicar a contratilidade cardíaca. Sob essas condições, uma dose cumulativa total
de 400 mg/m2 em adultos somente pode ser excedida com extrema cautela. A função
cardíaca deve ser cuidadosamente monitorada em pacientes recebendo altas doses
cumulativas e naqueles com fatores de risco. Contudo, cardiotoxicidade com
Daunoblastina® pode ocorrer com doses cumulativas mais baixas independente dos fatores
de risco cardíacos estarem presentes.
Em lactentes e crianças, parece haver maior susceptibilidade à toxicidade cardíaca
antraciclina-induzida, e deve-se realizar avaliação periódica, à longo prazo, da função
cardíaca.
É provável que a toxicidade da Daunoblastina® e outras antraciclinas ou antracenedionas
seja aditiva.
Gastrintestinal
A Daunoblastina® pode causar náusea e vômito. Vômitos e náuseas graves podem levar à
desidratação. Náuseas e vômitos podem ser prevenidos ou controlados pela administração
de terapia antiemética apropriada.
Pode ocorrer mucosite (principalmente estomatite, menos freqüentemente esofagite) em
pacientes recebendo terapia com Daunoblastina®. A mucosite/estomatite geralmente se
manifesta logo após a administração do medicamento e, se grave, pode progredir em poucos dias para ulcerações da mucosa. A maioria dos pacientes se recupera desse evento
adverso por volta da terceira semana de tratamento. Como a estomatite pode estar associada com desconforto considerável, os pacientes sob tratamento deverão ser instruídos no sentido de uma higiene oral adequada.Funções Hepática
A principal via de eliminação da daunorrubicina é o sistema hepatobiliar. A bilirrubina sérica
total deve ser avaliada antes e durante o tratamento com a Daunoblastina®. Pacientes com
níveis de bilirrubina elevada podem apresentar clearance mais lento do fármaco com um
aumento de toxicidade total. São recomendadas doses mais baixas nesses pacientes (vide
“Posologia – Disfunção Hepática”). Pacientes com insuficiência hepática grave não devem
receber Daunoblastina® (vide “Contra-indicações”).
Função Renal
A insuficiência renal também pode aumentar a toxicidade das doses recomendadas de
Daunoblastina® e a função renal deve ser avaliada antes do início do tratamento com
Daunoblastina® (vide “Posologia”).
Síndrome da Lise Tumoral
A Daunoblastina® pode induzir a hiperuricemia em conseqüência do extenso catabolismo de
purinas que acompanha a lise rápida de células neoplásicas induzida pelo fármaco
(síndrome da lise tumoral). Os níveis séricos de ácido úrico, potássio, fosfato de cálcio e
creatinina devem ser avaliados após o início do tratamento. Hidratação, alcalinização da
urina e profilaxia com o alopurinol para prevenir a hiperuricemia podem minimizar potenciais
complicações decorrentes da síndrome da lise tumoral.
Efeitos no Local da Injeção
Fleboesclerose pode resultar de uma injeção em vasos pequenos ou de injeções repetidas
na mesma veia. Seguindo os procedimentos de administração recomendados, pode-se
minimizar os riscos de flebite/tromboflebite no local de injeção (vide “Posologia”).
Extravasamento
O extravasamento de daunorrubicina durante a injeção intravenosa pode produzir dor local,
lesão grave do tecido (vesicação, celulite grave) e necrose. Podem ocorrer sinais ou
sintomas de extravasamento durante a administração intravenosa®, a
infusão do fármaco deve ser imediatamente interrompida.
Alopecia completa envolvendo crescimento da barba e do couro cabeludo, pêlos da axila e pubianos ocorre quase sempre com doses plenas®. Este efeito colateral pode causar angústia aos pacientes, mas geralmente é reversível, comecrescimento dos pêlos, que geralmente ocorre dentro de 2 ou 3 meses após o término da terapia.Uso na gravidez
A Daunoblastina® é classificada na categoria D de risco de gravidez. Portanto, este
medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.
Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Assim como outros fármacos antineoplásicos, a Daunoblastina® apresentou potencial
teratogênico, mutagênico e carcinogênico em animais. De acordo com dados experimentais,
o fármaco deve ser considerado como uma causa potencial de malformação fetal quando
administrada a mulheres grávidas. Não existem estudos adequados e bem controlados em
mulheres grávidas, embora as poucas mulheres que receberam Daunoblastina® durante o
segundo e terceiro trimestre de gravidez tenham gerado crianças aparentemente normais.
Como regra geral, recomenda-se que Daunoblastina® não seja administrada a pacientes
grávidas. Se o fármaco é usado durante a gravidez, ou se a paciente engravidar durante o
tratamento com o fármaco, a mulher deve ser informada do risco potencial para o feto.
Mulheres com potencial para engravidar e que vão receber Daunoblastina®, devem ser
alertadas quanto ao perigo potencial para o feto e devem ser aconselhadas a evitar a
gravidez durante o tratamento. A Daunoblastina® deve ser administrada durante a gravidez
somente se o benefício potencial justificar o risco potencial para o feto.
Lactantes
Não se sabe se a daunorrubicina é excretada no leite humano. Como regra geral,recomenda-se que a Daunoblastina® não seja administrada a mães que estejam amamentando.Interações medicamentosas
Daunoblastina® (cloridrato de daunorrubicina) é administrada principalmente em
combinação com outros fármacos citotóxicos. Pode ocorrer toxicidade aditiva especialmente
em relação aos efeitos na medula óssea/hematológicos e gastrintestinais (vide
“Advertências e Precauções”). O uso® em associação com uma
quimioterapia com outros fármacos potencialmente cardiotóxicos, assim como o uso
concomitante de outros compostos cardioativos (por ex.: bloqueadores do canal de cálcio),
requerem monitoramento da função cardíaca durante o tratamento.Alterações na função
hepática ou renal induzidas por terapias concomitantes podem afetar o metabolismo, a
farmacocinética, a eficácia terapêutica e/ou toxicidade da Daunoblastina®.
Daunoblastina® apresenta interação com colchicina, probenecida e sulfinpirazona.
Daunoblastina® pode aumentar a concentração de ácido úrico sangüíneo, tornando
necessário um ajuste dos agentes antigotosos para controlar a hiperuricemia e a gota; pode
também aumentar a quantidade de vírus vivos presente em vacinas, porque estando
suprimidos os mecanismos de defesa normal, pode haver potencialização da replicação do
vírus vacinal, aumento dos efeitos adversos da vacina e diminuição na formação de anticorpos. Tem sido descrita resistência cruzada entre daunorrubicina, dactinomicina e
alcalóides da vinca. Para maiores informações, ver item "Incompatibilidades".Reações adversas / Efeitos colaterais
Foram relatadas as seguintes reações adversas:
Toxicidade hematológica/medula óssea: nas doses terapêuticas, são esperados leucopenia,
granulocitopenia (neutropenia) e trombocitopenia; pode ocorrer também anemia.
O nadir da contagem de leucócitos e plaquetas geralmente ocorre de 10 a 14 dias após a
administração da dose, mas a contagem de células volta aos níveis pré-tratamento habitualmente
durante a terceira semana.
As conseqüências clínicas da toxicidade hematológica e sobre a medula óssea da daunorrubicina
podem ser febre, infecções, septicemia, choque séptico, hemorragias, hipóxia tissular, morte.
Durante o ciclo de tratamento, especial cautela deve ser observada em pacientes com neutropenia
grave e febre (neutropenia febril), uma condição que pode ser, possivelmente, seguida por
septicemia e morte.
Toxicidade cardíaca: podem ocorrer dois tipos de toxicidade cardíaca em pacientes tratados com
daunorrubicina. A toxicidade do tipo agudo- manifesta-se principalmente por taquiarritmias
supraventriculares (tais como taquicardia sinusal, contrações ventriculares prematuras, bloqueio
cardíaco) e/ou anormalidades do ECG (tais como alterações não-específicas das ondas ST-T,
complexo QRS de baixa voltagem, ondas T). Estes efeitos agudos geralmente não são preditivos
de desenvolvimento posterior de cardiotoxicidade tardia e raramente são de importância clínica.
Também foram relatados isquemia miocárdica (angina) e infarto, fibrose endomiocardíaca,
miocardite e pericardite. A toxicidade cardíaca do tipo tardio- é representada por uma
cardiomiopatia característica que ocorre com maior freqüência em pacientes que receberam doses
elevadas cumulativas do fármaco. Esta toxicidade pode ocorrer não apenas durante a terapia com
daunorrubicina, mas também meses a anos após a última dose do fármaco. A cardiopatia
congestiva pode se manifestar clinicamente por dispnéia, cianose, edema (periférico, cardíaco),
hepatomegalia, ascite, efusão pleural, insuficiência cardíaca congestiva. O dano cardíaco grave
pode ser evitado pelo monitoramento regular da função cardíaca durante a terapia. (ver
Precauções e Advertências).
Toxicidade gastrintestinal: pode ocorrer mucosite (principalmente estomatite, menos
freqüentemente esofagite) em pacientes recebendo terapia com daunorrubicina. As manifestações
clínicas da mucosite incluem dor ou sensação de queimação, eritema, ulcerações e erosões,
sangramento, infecções. A estomatite geralmente se manifesta logo após a administração do
medicamento e, se grave, pode de fato progredir em poucos dias para ulcerações da mucosa;
entretanto, a maioria dos pacientes se recupera desse evento adverso na terceira semana de
tratamento. Podem também ocorrer náuseas e vômitos e ocasionalmente dor abdominal e diarréia,
geralmente no primeiro dia de administração do medicamento. Vômitos graves e diarréia podem
levar a desidratação. Náuseas e vômitos podem ser evitados ou aliviados pela administração de
terapia antiemética.
Reações cutâneas e de hipersensibilidade: pode ocorrer alopécia completa, envolvendo
crescimento de barba, couro cabeludo, axilas e pêlos pubianos, quase sempre com doses integrais
de daunorrubicina. Este evento adverso pode causar desconforto ao paciente, mas é geralmente
reversível, com a volta do crescimento do cabelo geralmente em 2-3 meses após o término do
tratamento. Podem também ocorrer fogachos, hiperpigmentação cutânea e das unhas, dermatite
de contato e hipersensibilidade na pele irradiada (radiation recall reaction). Foram também
relatados eritema, urticária, anafilaxia e reações anafilatóides; os sinais/sintomas dessas reações
podem variar de rash cutâneo e prurido a febre, calafrios e choque. Raramente foi relatada
hiperpirexia fulminante.
Efeitos no local da injeção: no caso de extravasamento perivenoso, imediatamente ocorrerá dor
local (sensação de queimadura), celulite grave, ulceração dolorosa e necrose tissular. Pode
também ocorrer flebite local, tromboflebite e/ou flebosclerose; esclerose venosa pode resultar da
injeção do medicamento em um vaso pequeno ou de injeções repetidas na mesma veia. O risco de
flebite/tromboflebite pode ser minimizado utilizando-se os procedimentos recomendados em
Precauções e Advertências.
Outros efeitos adversos: outras reações relatadas em associação ao uso de daunorrubicina incluem
elevações transitórias da bilirrubina sérica e concentração da fosfatase alcalina e AST. Pode
ocorrer hiperuricemia aguda com possível prejuízo da função renal, especialmente na presença de
contagens elevadas de glóbulos brancos no pré-tratamento. Pode também ocorrer amenorréia e
azoospermia.Posologia
A administração isolada ou combinada (cloridrato de daunorrubicina) deverá
ser realizada sob exclusiva orientação do médico assistente. A daunorrubicina é uma droga
citotóxica que deve ser administrada apenas por injeção intravenosa (IV). Devido ao risco de
grave necrose tissular local no caso de extravasamento, recomenda-se injetar Daunoblastina
(cloridrato de daunorrubicina) rapidamente pelo tubo de borracha do equipo de infusão IV de
cloreto de sódio a 0,9% ou solução de glicose a 5%. A duração da infusão pode variar de 2-3
minutos até 30-45 minutos.
A dose a ser administrada por ciclo pode variar de acordo com diversos parâmetros, incluindo: o
objetivo terapêutico (ex: indução da remissão ou manutenção); o uso como agente único ou em
combinação com outras drogas citotóxicas ou radioterapia; a idade do paciente a tratar (criança,
adulto ou idoso); a tolerabilidade do paciente.
Crianças: começar com uma dose inicial de 1 mg/kg de daunorrubicina por dia, por via
intravenosa, durante 4-5 dias, fazendo contagens diárias dos elementos figurados do sangue e
exame periódico da medula óssea. Após 8-10 dias, este ciclo pode ser repetido uma segunda e, se
necessário, uma terceira vez. Tratamento de manutenção: 1-2 mg/kg IV uma ou duas vezes por
semana.
Adultos: seguir o mesmo esquema de dosagem tomando as mesmas precauções. Começar com
uma dose inicial de 0,8 mg/kg e continuar com uma dose de manutenção de 0,8-1 mg/kg. É
aconselhável, tanto para crianças como para adultos, não ultrapassar a dose total de 25 mg/kg, a
menos que uma resposta particularmente satisfatória ao medicamento tenha sido obtida.
Preparo da solução:
O produto deve ser usado dentro de 24 horas após a primeira penetração no batoque de borracha.
Qualquer solução restante não utilizada deve ser descartada.
O conteúdo no frasco-ampola está sob pressão negativa a fim de reduzir a formação de aerossol
durante a reconstituição; deve-se exercer especial cautela quando a agulha é inserida: deve-se
evitar a inalação de algum aerossol produzido durante a reconstituição. O frasco-ampola deve ser
agitado suavemente até a dissolução completa do medicamento. A solução obtida após
reconstituição com o diluente que acompanha a embalagem contém 2 mg de daunorrubicina por
ml. A solução reconstituída deve ser protegida da luz e é estável por 24 horas à temperatura
ambiente ou por 48 horas a 4 - 10 ° C.
Daunoblastina (cloridrato de daunorrubicina) deve ser administrada por via intravenosa e a
injeção deverá ser feita corretamente a fim de se evitar dano grave local no caso de
extravasamento do medicamento.
Administração intravenosa:
A dose necessária da solução reconstituída deve ser retirada para uma seringa contendo 10 a 15
ml de solução de cloreto de sódio a 0,9% e lentamente injetada no tubo do equipo onde corre
solução de cloreto de sódio a 0,9% ou dextrose 5%, a fim de minimizar o risco de extravasamento
do medicamento e assegurar-se de que a veia será lavada após a administração da droga.
Cuidados na administração:
Recomendam-se as seguintes medidas de proteção, devido à natureza tóxica do composto:
O pessoal deve ser treinado nas boas práticas para reconstituição e manipulação, devendo utilizar
roupas protetoras (óculos de proteção, avental, máscaras e luvas descartáveis). Mulheres grávidas
não devem trabalhar com este medicamento.
Deve-se delimitar uma área para reconstituição (de preferência sob um sistema de fluxo laminar).
A superfície de trabalho deve ser protegida por papel absorvente descartável, recoberto com
plástico na parte posterior. Todos os materiais utilizados na reconstituição, administração ou
limpeza, incluindo luvas, devem ser descartados em sacos para resíduos de alto risco e destinados
a incineração por altas temperaturas. Respingos ou vazamentos devem ser tratados com solução
diluída de hipoclorito de sódio (1% de cloro disponível), de preferência por adsorção e depois
água.
O contato acidental com pele ou olhos deve ser tratado imediatamente através de copiosa lavagem
com água, ou água e sabão, ou solução de bicarbonato de sódio; deve-se proporcionar atenção
médica.Características farmacológicas
Propriedades Farmacodinâmicas
Daunoblastina® (cloridrato de daunorrubicina) é um agente antineoplásico que exerce seus
efeitos citotóxicos/antiproliferativos através da interferência em um número de funções
bioquímicas e biológicas nas células-alvo. Embora o mecanismo de ação preciso não tenha
sido completamente elucidado, o fármaco parece inibir principalmente a síntese de DNA e
de RNA DNA-dependente através da formação de um complexo com o DNA, via
intercalação entre os pares de bases nitrogenadas e desespiralização da hélice de DNA. A
daunorrubicina pode interferir também com a atividade da polimerase e da topoisomerase II,
com a regulação da expressão de genes e com reações de oxidação/redução (gerando
radicais livres altamente reativos/altamente tóxicos). Supõe-se que também exista uma
interação direta entre a daunorrubicina e a membrana celular, levando a alterações na dupla
camada da superfície celular. A daunorrubicina tem atividade citotóxica máxima durante a
fase S, mas o fármaco não é ciclo- ou fase-específica. Propriedades antibacterianas e
imunossupressoras também foram atribuídas à daunorrubicina.
Propriedades Farmacocinéticas
Absorção
A daunorrubicina não é absorvida pelo trato gastrintestinal. Como o fármaco é
extremamente irritante para os tecidos, ele deve ser administrado por via IV: espera-se que
por essa via a absorção seja completa (isto é, se não ocorrer extravasamento).
Distribuição
A daunorrubicina é extensamente distribuída pelos tecidos, com níveis mais elevados no
baço, rins, pulmões e coração. O fármaco penetra nas células e se liga aos componentes
celulares, principalmente aos ácidos nucléicos. Não há evidências de que a daunorrubicina
atravesse a barreira hematoencefálica, mas o fármaco aparentemente atravessa a placenta.
Metabolismo
A daunorrubicina sofre rápida e extensa metabolização no fígado e outros tecidos,
principalmente por aldo-cetoredutases citoplasmáticas. Uma hora após a administração, a
predominância no plasma é do metabólito ativo daunorrubicinol (13-OH daunorrubicina). A
metabolização posterior através da quebra da ligação glicosídica (redução) produz
agliconas, que tem pequena ou nenhuma atividade antiproliferativa e são desmetiladas e
conjugadas via sulfato e glicuronídeo por enzimas microssomais.
Excreção
Após administração IV rápida, as concentrações plasmáticas totais de daunorrubicina e seus
metabólitos declinam de forma trifásica, enquanto as concentrações plasmáticas da
daunorrubicina inalterada declinam de forma bifásica. A meia-vida média é de 45 minutos na
fase inicial e de 18,5 horas na fase terminal. A meia-vida do daunorrubicinol excede as 24
horas. A daunorrubicina e seus metabólitos são excretados na urina e na bile
(aproximadamente 40% da dose administrada). Relatou-se que a excreção urinária do
fármaco e seus metabólitos é de 14 a 23% da dose administrada, com a maior parte da
excreção urinária ocorrendo dentro de 3 dias. Após as primeiras 24 horas, o fármaco é
excretado na urina principalmente como daunorrubicinol.
Dados de Segurança Pré-Clínicos
A DL50 da daunorrubicina é de 17,3-20,0 e de 13,0-15,0 em camundongos e ratos,
respectivamente, e cerca de 5,0 mg/kg em cães. Os principais órgãos-alvo após dose única
são o sistema hemolinfopoiético e, especialmente em cães, o trato gastrintestinal.
Os efeitos tóxicos em coelhos, cães e macacos foram investigados após administrações
repetidas. Os principais órgãos-alvos da daunorrubicina nessas espécies animais foram o
sistema hemolinfopoiético, trato gastrintestinal, rins, fígado e órgãos reprodutores. Estudos
sub-agudos e de cardiotoxicidade indicam que a daunorrubicina é cardiotóxica em todos os
animais de laboratório testados.
A daunorrubicina é genotóxica na maioria dos testes in vitro e in vivo realizados, tóxica para
os órgãos reprodutores, embriotóxica para ratos e coelhos e teratogênica em ratos. Não há
informações disponíveis sobre a administração de daunorrubicina em animais durante o
período peri e pós-natal e não se sabe se a daunorrubicina é excretada no leite materno. A daunorrubicina, assim como as outras antraciclinas e fármacos citotóxicos, é carcinogênica em ratos. Estudos de toxicidade mostram que o extravasamento do fármaco causa necrose tecidual.Modo de usar
Este produto é de uso restrito a hospitais ou ambulatórios especializados, com emprego específico em neoplasias malignas, e deve ser manipulado apenas por pessoal treinado. As informações ao paciente serão fornecidas pelo médico assistente, conforme necessário.Uso em idosos, crianças e em outros grupos de risco
Uso em Crianças
Daunoblastina® é administrada em tratamentos combinados na faixa de doses de 0,5-1,5
mg/kg/dia (25 a 45 mg/m2/dia), com freqüência de administração dependendo do regime
empregado.
Uso em Adultos
A dose diária recomendada® como agente único para o primeiro esquema
da indução de remissão em pacientes adultos é de 60 mg/m2 a ser repetido em 3 dias
sucessivos. Para os esquemas subseqüentes de indução (a ser administrado a cada 3-4
semanas de acordo com a situação da medula óssea e contagem de células sangüíneas), a
Daunoblastina® é recomendada na mesma dose diária, mas por somente 2 dias
consecutivos. Em tratamentos combinados padrão, a dose diária recomendada de
Daunoblastina® é de 45 mg/m2 a ser administrada de acordo com o esquema descrito
acima. Em pacientes idosos (> 65 anos de idade), pode ser necessária reduzir a dose de
Daunoblastina® para 45 mg/m2 quando administrada como agente único e para 30 mg/m2
em esquemas combinados.Armazenagem
Daunoblastina® (cloridrato de daunorrubicina) deve ser conservado em temperatura
ambiente (entre 15 e 30°C), protegido da luz. A solução reconstituída pode ser
conservada protegida da luz durante 24 horas a temperatura ambiente ou durante 48
horas a temperatura entre 4 e 10°C. Descartar devidamente qualquer solução não
utilizada após a reconstituição.Informações
Daunoblastina (cloridrato de daunorrubicina) é um agente antineoplásico antraciclínico que
exerce seus efeitos citotóxicos/antiproliferativos através da interferência em um grande número
de funções bioquímicas e biológicas nas células-alvo. Embora o mecanismo de ação não tenha
sido completamente elucidado, o fármaco parece principalmente inibir a síntese de DNA e de
RNA DNA-dependente através da formação de um complexo com o DNA, via intercalação entre
as bases nitrogenadas e desespiralização da hélice de DNA. A daunorrubicina pode também
interferir com a atividade da polimerase e da topoisomerase II, com a regulação da expressão de
alguns genes e com reações de oxidação/redução (gerando radicais livres altamente
reativos/altamente tóxicos). Supõe-se que também exista uma interação direta entre a
daunorrubicina e a membrana celular, levando a alterações na dupla camada da superfície celular.
A daunorrubicina tem atividade citotóxica máxima durante a fase S, mas a droga não é ciclo ou
fase-específica. Propriedades antibacterianas e imunossupressoras também tem sido descritas para
daunorrubicina.xpressão de
alguns genes e com reações de oxidação/redução (gerando radicais livres altamente
reativos/altamente tóxicos). Supõe-se que também exista uma interação direta entre a
daunorrubicina e a membrana celular, levando a alterações na dupla camada da superfície celular.
A daunorrubicina tem atividade citotóxica máxima durante a fase S, mas a droga não é ciclo ou
fase-específica. Propriedades antibacterianas e imunossupressoras também tem sido descritas para
daunorrubicina.