As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.
Laboratório
NovartisApresentação
Vidro c/ 15 cáps. de 100 mg; vidro c/ 30 cáps. de 50 mg.Indicações
· Hanseníase (Mycobacterium leprae).
· Infecções micobacterianas atípicas (Micobacterium avium-intracellulare).
A Clofazimina é indicada como anti-hansênico de segunda escolha, em casos de hanseníase dapsona-resistente, utilizada em associação com outros antimicobacterianos.Contra-indicações
Não há contra-indicações conhecidas.Advertências
Sintomas abdominais graves exigiram laparotomias exploratórias em alguns pacientes que receberam Clofazimina. Relatos raros incluíram infarto esplênico, obstrução intestinal, e sangramento gastrointestinal. Também há relatos de morte após sintomas abdominais graves. Autópsias revelaram depósitos cristalinos em tecidos variados incluindo a mucosa intestinal, fígado e nódulos linfáticos mesentéricos.
Clofazimina deve ser utilizado com cautela em pacientes que apresentem problemas gastrointestinais, tais como dores abdominais e diarréia. As doses superiores a 100 mg/dia devem ser administradas pelo menor período de tempo possível e somente sob supervisão médica. Se o paciente apresentar queixas de cólicas ou dor de queimação abdominal, náusea, vômito ou diarréia, a dose deve ser reduzida e, se necessário, o intervalo entre doses deve ser ampliado ou a administração do fármaco descontinuada.
- Precauções
Gerais
Deve-se ter atenção para o fato de que a descoloração da pele devido ao uso pode resultar em depressão. Foram registrados dois casos de suicídios em pacientes que utilizavam Clofazimina. Pode ser aplicado óleo na pele para amenizar o ressecamento e ictiose.
Os pacientes devem ser alertados de que a Clofazimina pode causar uma descoloração da pele de vermelho para marrom escuro, assim como alteração na coloração da conjuntiva, lagrima, suor, saliva, urina e fezes. Os pacientes devem ser alertados de que a descoloração da pele, apesar de ser reversível, pode levar muitos meses ou anos para desaparecer após o término do tratamento com Clofazimina.
Recomenda-se a ingestão às refeições.
Uso Pediátrico - Não foi estabelecida a segurança e eficácia em crianças. Há registros na literatura de diversos casos de crianças tratadas com Clofazimina.Uso na gravidez
Clofazimina não foi teratogênico em estudos com animais em laboratório a níveis de dose equivalentes a 8 vezes (coelhos) e 25 vezes (ratos) à dose diária usual no homem. No entanto, há evidências de fetotoxicidade em camundongos a 12-25 vezes a dose do homem (por ex.: retardamento de ossificação do crânio fetal, incidência aumentada de abortos e partos natimortos, e sobrevivência neonatal debilitada). A pele e tecido adiposo do recém-nascido tornou-se descolorida aproximadamente 3 dias após o nascimento, o que foi atribuído à presença no leite materno.
Observou-se que Clofazimina atravessa a placenta humana. A pele de crianças nascidas de mulheres que receberam o fármaco durante a gestação era fortemente pigmentada no nascimento. Nenhuma evidência de teratogenicidade foi encontrada nessas crianças. Não há estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Clofazimina deve ser utilizado durante a gravidez apenas se o benefício potencial justificar o risco ao feto.
Amamentação - a Clofazimina é excretada no leite de mães que amamentam. Clofazimina não deve ser administrada a mulheres em fase de aleitamento exceto sob indicação estrita.Interações medicamentosas
Dados preliminares que sugeriam que dapsona pudesse inibir a atividade anti-inflamatória não foram confirmados. Se houver o desenvolvimento de reações inflamatórias associadas à hanseníase em pacientes tratados com dapsona e Clofazimina, ainda assim é aconselhável continuar o tratamento com ambas as drogas.Reações adversas / Efeitos colaterais
Em geral, Clofazimina tem boa tolerabilidade quando administrado em doses não maiores que 100 mg diárias. As reações adversas mais consistentes são geralmente relacionadas à dose e são usualmente reversíveis quando Clofazimina é descontinuado.
Reações adversas que ocorrem em mais de 1% dos pacientes:
Pele: Pigmentação de rosa a marrom escuro em 75-100% dos pacientes no decorrer de algumas semanas de tratamento; ictiose e ressecamento (8-28%); rash e prurido (1-5%).
Gastrointestinais: Dor abdominal e epigástrica, diarréia, náusea, vômito, intolerância gastrointestinal (40-50%).
Oculares: Pigmentação da córnea e conjuntiva devido aos depósitos de cristais, ressecamento; queimação; coceira; irritação.
Outros: Alteração na coloração da urina, fezes, saliva, suor; açúcar do sangue elevado; velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada.
Reações adversas que ocorrem em menos de 1% dos pacientes
Pele: fotossensibilidade, eritroderma, erupções acneiformes queilose monilial.
Gastrointestinais: obstrução intestinal (vide advertências), sangramento gastrointestinal (vide advertências), anorexia, constipação, perda de peso, hepatite, icterícia, enterite eosinofílica, fígado aumentado.
Oculares: Visão diminuída.
Sistema nervoso: Vertigem, sonolência, fadiga, cefaléia, tontura, neuralgia, alteração do paladar.
Psiquiátricas: Depressão secundária à descoloração da pele; foram registrados dois suicídios.
Provas laboratoriais: níveis elevados de albumina, bilirrubina sérica, e AST (SGOT); eosinofilia; hipopotassemia.
Outros: Infarto esplênico (vide advertências), tromboembolismo, anemia, cistite, dor óssea, edema, febre, linfadenopatia, dor vascular.Posologia
Recomenda-se a administração com leite ou com alimentos.
Clofazimina deve ser utilizado preferencialmente em combinação com um ou mais agentes anti-hansênicos a fim de prevenir o surgimento de resistência ao fármaco.
· Hanseníase dapsona-resistente multibacilar: 50 a 100mg/dia, v.o., associado com 1 ou mais anti-hansênicos. Hanseníase multibacilar eritematoso, com ameaça de lesão nervosa periférica ou ulceração epidérmica: 100 a 300mg/dia, v.o., em associação com adrenocorticóides (p.ex. 40 a 80 mg/dia de prednisona).
· Infecções por Micobacterium avium-intracelluare: 100mg. v.o., cada 8 horas, associado com 5 ou 6 medicamentos antituberculóticos.Superdosagem
Não há dados específicos disponíveis sobre o tratamento de superdosagem com Clofazimina. No entanto, em caso de superdosagem, o estômago deve ser esvaziado por indução do vômito ou por lavagem gástrica, e deverá ser empregado tratamento sintomático de suporte.Informações
A Clofazimina exerce efeito bactericida lento no Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen). Clofazimina inibe o crescimento micobacteriano e liga-se preferencialmente ao ADN da micobactéria. Clofazimina exibe também atividade antiinflamatória clinicamente importante no controle do eritema nodoso da hanseníase. No entanto, seu mecanismo de ação exato é desconhecido.
- Farmacocinética
A Clofazimina tem uma taxa de absorção variável por via oral, variando de 45 a 62%. As concentrações séricas médias em pacientes tratados com 100 e 300mg diários foram 0,7g/ml e 1,0 g/ml, respectivamente. Após ingestão de uma dose única de 300 mg, a eliminação da Clofazimina inalterada e seus metabólitos em coleta de urina de 24 horas foi insignificante. Clofazimina é retido no organismo por longo período de tempo. A meia-vida após doses orais repetidas é estimada em pelo menos 70 dias. Parte do fármaco ingerido e recuperado nas fezes pode representar excreção biliar. Uma pequena quantidade é também eliminada pela saliva, secreção das glândulas sebáceas, e suor.
Clofazimina é altamente lipofílico, tendendo a se depositar predominantemente em tecido adiposo e em células do sistema reticuloendotelial. É transportado por macrófagos por todo o corpo. Em autópsias realizadas os cristais foram encontrados predominantemente nos nódulos linfo-mesentéricos, adrenais, gordura subcutânea, fígado, bile, vesícula biliar, baço, intestino delgado, músculos, ossos e pele.r. Uma pequena quantidade é também eliminada pela saliva, secreção das glândulas sebáceas, e suor.
Clofazimina é altamente lipofílico, tendendo a se depositar predominantemente em tecido adiposo e em células do sistema reticuloendotelial. É transportado por macrófagos por todo o corpo. Em autópsias realizadas os cristais de Clofazimina foram encontrados predominantemente nos nódulos linfo-mesentéricos, adrenais, gordura subcutânea, fígado, bile, vesícula biliar, baço, intestino delgado, músculos, ossos e pele.