Bulas de Remédios

As bulas constantes no ER Clinic são meramente informativas. Em caso de dúvidas quanto ao conteúdo de algum medicamento, procure orientação de seu médico ou farmacêutico.



Apresentação

USO ADULTO Via de administração: Infiltração local, perineural de nervos periféricos e epidural. Solução estéril injetável. Embalagem com 6 frascos-ampolas contendo 20 ml. Anestésico local de longa duração Contém Conservante Cada ml contém: cloridrato de bupivacaína... 5,0 mg bitartarato de epinefrina... 9,1 mcg Excipientes q.s.p... 1 ml Excipientes: cloreto de sódio, metabissulfito de sódio, metilparabeno, ácido clorídrico e água para injeção.

Indicações

Bloqueios de longa duração, por exemplo, para analgesia pós-operatória. Obstetrícia.

Contra-indicações

As soluções de bupivacaína são contra-indicadas em pacientes com conhecida hipersensibilidade a anestésicos locais do tipo amida ou a outros componentes da fórmula, por exemplo, metabissulfito de sódio, nas soluções contendo epinefrina. As soluções de bupivacaína são contra-indicadas em associação com anestesia regional intravenosa (Bloqueio de Bier) uma vez que a passagem acidental de bupivacaína para a circulação pode causar reações de toxicidade sistêmica aguda. A epinefrina é contra-indicada em pacientes com hipertiroidismo, diabete, hipertensão, moléstias vasculares periféricas ou com doença cardíaca grave, particularmente quando a taquicardia está presente. Deve-se evitar o uso de epinefrina em anestesia nas áreas do corpo supridas por artérias finais ou com comprometimento do suprimento sanguíneo como dedos, nariz, ouvido externo, pênis, etc. Os anestésicos locais são contra-indicados em anestesia peridural em pacientes com hipotensão acentuada, tais como nos choques cardiogênico e hipovolêmico. Bloqueios obstétricos paracervicais, os quais podem causar bradicardia fetal e morte.

Advertências

Têm sido relatados casos de parada cardíaca ou morte durante o uso de bupivacaína para anestesia epidural ou bloqueio de nervo periférico. Em algumas situações, a ressuscitação tem sido difícil ou impossível, apesar de, aparentemente, a preparação e a administração terem sido adequadas. Como todo anestésico local, a bupivacaína pode causar efeitos de toxicidade aguda nos sistemas nervoso central e cardiovascular se utilizada para procedimentos de anestesia local que resultem em altas concentrações sangüíneas do fármaco, como ocorre após administração intravascular acidental. Arritmia ventricular, fibrilação ventricular, colapso cardiovascular súbito e morte foram associados a concentrações sistêmicas altas de bupivacaína. Os procedimentos anestésicos regionais ou locais, devem ser sempre realizados em áreas bem equipadas e com pessoal treinado, onde devem estar facilmente disponíveis os equipamentos e medicamentos necessários para o monitoramento e ressuscitação de emergência. Quando estiver realizando bloqueios maiores, uma cânula i.v. deve ser inserida antes da injeção do anestésico local e o paciente deve estar em condição ótima. Os médicos responsáveis devem ter o cuidado necessário para evitar injeção intravascular e devem ter recebido treinamento adequado e apropriado do procedimento a ser realizado e devem estar familiarizados com o diagnóstico e tratamento dos efeitos adversos, toxicidade sistêmica ou outras complicações. Alguns procedimentos anestésicos locais podem estar associados com reações adversas graves, independente do anestésico local utilizado, como por exemplo: Bloqueio nervoso periférico maior, pode implicar em um volume maior de anestésico local nas áreas de alta vascularização, freqüentemente perto de grandes vasos onde há um risco aumentado de injeção intravascular e/ou absorção sistêmica, o qual pode conduzir a altas concentrações plasmáticas. Pacientes em condição precária devido a idade ou outros fatores que comprometem tais como disfunção renal grave ou hepática avançada, requerem atenção especial em anestesia regional embora esta anestesia é freqüentemente indicada para estes pacientes. Pacientes com bloqueio cardíaco parcial ou completo requerem atenção especial uma vez que os anestésicos locais podem deprimir a condução miocárdica. Pacientes tratados com drogas antiarrítmicas classe III (ex.: amiodarona) devem estar sob cuidado e monitoramento cardíaco (ECG), uma vez que efeitos cardíacos podem ser aditivos. A anestesia epidural pode levar a hipotensão e bradicardia. Este risco pode ser reduzido quer seja pelo aumento do volume circulatório com soluções cristaloidais ou coloidais ou injetando um vasopressor, como a efedrina 20-40 mg i.m.. A hipotensão deve ser tratada prontamente com, por exemplo, 5-10 mg de efedrina intravenosamente, podendo ser repetida, se necessário. Bloqueio nervoso central pode causar depressão cardiovascular, especialmente na presença de hipovolemia. Anestesia epidural deve ser utilizada com cautela em pacientes com função cardiovascular prejudicada. Alguns procedimentos de anestesia local tais como injeções nas regiões da cabeça e pescoço podem estar associados com a alta freqüência de reações adversas graves, não relacionados à droga usada como anestésico local. As injeções na região da cabeça e pescoço podem ser feitas inadvertidamente em uma artéria, causando sintomas graves, mesmo em doses baixas. Injeções retrobulbares podem, muito ocasionalmente, atingir o espaço subaracnóide cranial, causando cegueira temporária, colapso cardiovascular, apnéia, convulsões, etc. Estes devem ser diagnosticados e tratados rapidamente. Injeções retro e peri-bulbares de anestésicos locais apresentam um pequeno risco de disfunção persistente do músculo ocular. As causas primárias incluem trauma e/ou efeitos tóxicos locais nos músculos e/ou nervos. A gravidade destas reações teciduais é relacionada com o grau do trauma, a concentração do anestésico local e a duração da exposição do tecido ao anestésico local. Por esta razão, assim como com todos os anestésicos locais, devem ser usadas a menor concentração efetiva e dose do anestésico local. Vasoconstritores e outros aditivos podem agravar as reações teciduais e devem ser usados somente quando indicados. Bloqueio paracervical pode, às vezes, causar bradicardia/taquicardia fetal. É necessário realizar cuidadoso monitoramento da freqüência cardíaca fetal. Quando a bupivacaína é administrada como injeção intra-articular recomenda-se cautela quando há suspeita de traumatismo articular recente maior ou quando pelo procedimento cirúrgico houver formação de superfícies cruentas extensas no interior da articulação, uma vez que isto pode acelerar a absorção e resultar em concentrações plasmáticas maiores. Soluções contendo epinefrina devem ser usadas com cuidado em pacientes com hipertensão não tratada ou grave, hipertiroidismo, doença cardíaca isquêmica, bloqueio cardíaco, insuficiência cerebrovascular, diabete avançada e qualquer outra condição patológica que poderá intensificar os efeitos da epinefrina. As soluções de MARCAÍNAcom Epinefrina contém metabissulfito de sódio, um sulfito que pode causar reações tipo-alérgicas, incluindo sintomas anafiláticos e crises de asma com risco de vida ou menos graves em certas pessoas suceptíveis. A prevalência total da sensibilidade ao sulfito na população geral é desconhecida e provavelmente baixa. A sensibilidade ao sulfito é encontrado mais freqüente em pessoas asmáticas do que em não asmáticas. Para reduzir o risco de efeitos adversos potencialmente perigosos, alguns pacientes requerem atenção especial: - Pacientes com bloqueio cardíaco completo ou parcial, devido ao fato que anestésicos locais podem deprimir a condução miocárdica. - Pacientes com doença hepática avançada ou grave disfunção renal. - Idosos e pacientes em estado de saúde precário. Crianças: A utilização da bupivacaína em crianças abaixo de 12 anos não é recomendada pela possibilidade de produzir toxicidade sistêmica nesses pacientes e em razão dos estudos de utilização da droga nessa faixa etária serem incompletos. Á critério médico, quando utilizada para bloqueio caudal nesses pacientes, deve-se diminuir sua dosagem. Idosos: Administração da bupivacaína em pacientes geriátricos tem maior probabilidade de produzir toxicidade sistêmica. Por essa razão, deve-se diminuir a dosagem da droga nesses pacientes. Os anestésicos locais do tipo amida são metabolizados pelo fígado. Assim, devem ser utilizados com cuidado, especialmente em doses repetidas, em pacientes com hepatopatias. Nesses pacientes a dose deve ser reduzida, assim como em pacientes debilitados e com doença cardíaca. Soluções a 0,75% não são recomendadas para anestesia obstétrica. Outros locais de administração não recomendados devem ser evitados devido aos efeitos indesejáveis desconhecidos. Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas: além do efeito anestésico direto, os anestésicos locais podem ter efeitos muito leves na função mental e coordenação até mesmo na ausência evidente de toxicidade do SNC e podem, temporariamente, prejudicar a locomoção e vigília.

Uso na gravidez

Categoria C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. É razoável presumir que têm sido administrada bupivacaína a um grande número de mulheres grávidas e mulheres em idade fértil. Até o momento, nenhum distúrbio específico do processo reprodutivo foi relatado, por exemplo, nenhum aumento de incidência de más-formações. A adição de epinefrina pode diminuir potencialmente o fluxo de sangue uterino e a contractilidade, especialmente depois de injeção inadvertida nos vasos sanguíneos maternos. Efeitos adversos fetais, devido aos anestésicos locais, como bradicardia fetal, parecem estar mais aparente em anestesia de bloqueio paracervical. Tais efeitos podem ser devido as altas concentrações de anestésicos que alcançam o feto. Assim como outros anestésicos locais, a bupivacaína passa para o leite materno, mas em pequenas quantidades, geralmente, não há risco de afetar o neonato. Não é conhecido se a epinefrina passa para o leite materno ou não, mas é improvável que afete o lactente. Como para qualquer outra droga, a bupivacaína somente deve ser usada durante a gravidez ou lactação se, a critério médico, os benefícios potenciais superarem os possíveis riscos.

Interações medicamentosas

A bupivacaína deve ser usada com precaução em pacientes recebendo outros anestésicos locais ou agentes estruturalmente relacionados com anestésicos locais do tipo amida (ex. alguns antiarrítmicos, como a lidocaína e a mexiletina), uma vez que os efeitos sistêmicos tóxicos são aditivos. Pacientes tratados com drogas antiarrítmicas classe III (ex.: amiodarona) devem estar sob cuidado e monitoramento cardíaco (ECG), uma vez que efeitos cardíacos podem ser aditivos. As soluções contendo epinefrina devem geralmente ser evitadas ou usadas com cuidados em pacientes utilizando inibidores da MAO e antidepressivos tricíclicos, já que pode resultar em hipertensão prolongada e grave. Além disso, o uso concomitante de soluções contendo epinefrina e drogas ocitócicas do tipo ergot podem causar hipertensão grave e persistente e possivelmente acidentes cerebrovascular e cardíacos. Neurolépticos, fenotiazinas e butirofenonas podem reduzir ou reverter o efeito pressor da epinefrina. Soluções contendo epinefrina devem ser usadas com cautela em pacientes submetidos a anestesia geral com agentes inalatórios como halotano, enflurano, clorofórmio, ciclopropano e tricloroetileno, devido ao risco de arritmia cardíaca grave. Betabloqueadores não-cardiosseletivos, como propranolol aumentam o efeito pressor da epinefrina, o qual pode causar hipertensão grave e bradicardia.

Reações adversas / Efeitos colaterais

Gerais: O perfil de reações adversas da MARCAÍNA é similar ao de outros anestésicos locais de longa duração. As reações adversas causadas pelo fármaco propriamente não são facilmente diferenciadas dos efeitos fisiológicos do bloqueio nervoso (por exemplo, hipotensão, bradicardia), eventos causados diretamente (por exemplo, trauma nervoso) ou indiretamente (por exemplo abcesso epidural) pela agulha de punção. Arritmias ventriculares, fibrilação ventricular, colapso cardiovascular súbito e morte foram relatados quando foi utilizada MARCAÍNA para procedimentos anestésicos locais que podem resultar em altas concentrações sistêmicas de bupivacaína. Hipotensão e bradicardia podem ocorrer como fenômenos fisiológicos normais após bloqueio simpático com bloqueio neural central. Reações Alérgicas: Reações alérgicas (nos casos mais graves, choque anafilático) aos anestésicos locais do tipo amida são raras. Contudo, outros componentes das soluções, como o metabissulfito de sódio, podem causar este tipo de reação. Complicações neurológicas: A incidência de reações adversas neurológicas associadas com o uso de anestésicos locais é muito baixa e elas podem ser função da dose total administrada, droga utilizada, via de administração e estado físico do paciente. Muitos desses efeitos podem estar ligados à técnica da anestesia local, com ou sem participação da droga. Trauma do nervo, neuropatia, oclusão da artéria espinhal anterior, aracnoidite, etc., tem sido associados com técnicas anestésicas regionais, independente do anestésico local utilizado. As reações neurológicas que ocorrem com anestesia regional têm incluído: anestesia persistente, parestesia, fraqueza, paralisia dos membros inferiores e perda do controle esfincteriano. Dormência da língua, delírio, tonturas, visão turva e tremores seguidos por sonolência, convulsões, inconsciência e, possivelmente, parada respiratória. Toxicidade sistêmica aguda: A bupivacaína pode causar efeitos tóxicos agudos se ocorrerem níveis sistêmicos altos devido à injeção intravascular acidental, excepcionalmente absorção rápida ou superdosagem. A acidose acentuada ou hipóxia podem aumentar o risco e a gravidade das reações tóxicas. Nas reações discretas à epinefrina ocorrem palidez, náuseas e sudorese. Para seu tratamento, basta colocar o doente em decúbito dorsal com declive cefálico e administrar oxigênio. A tabela a seguir relata as incidências das reações adversas em ordem de freqüência. Muito Comum (> 1/10) Transtorno vascular:hipotensão Transtorno gastrointestinal: náusea Comum (> 1/100 < 1/10) Transtornos do sistema nervoso: parestesia e tontura Transtorno cardíaco: bradicardia Transtorno vascular: hipertensão Transtorno gastrointestinal: vômito Transtornos urinário e renal: retenção urinária Incomum (> 1/1.000 < 1/100) Transtornos do sistema nervoso: sinais e sintomas de toxicidade do SNC (convulsões, parestesia circumoral, dormência da língua, hiperacusia, distúrbios visuais, perda da consciência, tremor, tontura (sensação de ausência), tinido e disartria) Raro (<1/1.000) Transtornos do sistema imunológico: reações alérgicas, choque/reação anafilático Transtornos do sistema nervoso:neuropatia, dano do nervo periférico e aracnoidite Transtorno nos olhos: diplopia Transtorno cardíaco: parada cardíaca e arritmia cardíaca Transtorno respiratório:depressão respiratória

Posologia

No caso de infiltração local, a duração do efeito é aumentada pela adição de epinefrina. O risco de efeitos sistêmicos com grandes concentrações de epinefrina na solução deve ser considerado. A tabela apresentada a seguir é um guia para a dosagem para as técnicas mais comumente utilizadas. A experiência do clínico e o conhecimento da condição física, idade e peso corpóreo dos pacientes são muito importantes no cálculo da dose necessária. Quando bloqueios prolongados são usados, tanto infusão contínua quanto administração repetida em bolus, o risco de se atingir concentração plasmática tóxica ou de induzir um dano neural local devem ser considerados. A dose máxima recomendada de bupivacaína em um período de 4 horas é de 2 mg/kg de peso até 150 mg em adultos. Experiências até o momento indicam que a administração de 400 mg durante 24 horas é bem tolerada em adultos normais. Deve-se considerar as seguintes doses recomendadas como guia para uso em adultos. Tipo de bloqueio Dose ml mg Trigêmeo 0,5-2,5 2,5-12,5 Anestesia Peridural Contínua 10 50 inicialmente, seguido por 3-8 15-40 cada 4-6 horas Bloqueio Intercostal 2-3 10-15 por nervo para um total de 10 nervos Bloqueios maiores (ex. peridural, caudal e plexo braquial) 15-30 75-150 Anestesia Obstétrica As doses abaixo são doses iniciais que podem ser repetidas cada 2 - 3 horas, se necessário. Anestesia peridural e caudal (para parto vaginal) 6 - 10 30 - 50 Bloqueio peridural (cesárea) 15 - 30 75 - 150 Para informações referentes a ajuste de dose ver item Advertências.

Superdosagem

Toxicidade Sistêmica Aguda: Reações sistêmicas tóxicas envolvem, primariamente, o sistema nervoso central (SNC) e o sistema cardiovascular. Tais reações são causadas pela alta concentração sangüínea do anestésico local, que pode ocorrer devido a administração intravascular acidental, superdosagem ou por absorção excepcionalmente rápida de áreas altamente vascularizadas. As reações do SNC são similares para todos os anestésicos locais do tipo amida, enquanto que as reações cardíacas são mais dependentes do fármaco, tanto quantitativamente quanto qualitativamente. A injeção intravascular acidental de anestésicos locais pode causar efeitos tóxicos sistêmicos imediatos (dentro de segundos a poucos minutos). Na ocorrência de superdosagem, a toxicidade sistêmica aparece mais tarde (15-60 minutos após a injeção) por causa do aumento mais lento da concentração sangüínea do anestésico local. A toxicidade do sistema nervoso central é uma resposta gradual com sinais e sintomas de gravidade crescente. Em geral, os primeiros sintomas são: tontura (sensação de ausência), parestesia circumoral, dormência da língua, hiperacusia, tinido e alterações visuais. Disartria, contraturas musculares ou tremores são mais graves e precedem o início de convulsões generalizadas. Estes sinais não devem ser confundidos com distúrbio comportamental. Em seqüência, podem ocorrer inconsciência e convulsões do tipo grande mal, podendo durar de poucos segundos até muitos minutos. Hipóxia e hipercarbia ocorrem rapidamente durante as convulsões devido ao aumento da atividade muscular, em conjunto com a interferência com a respiração. Em casos graves, pode ocorrer até apnéia. A acidose e hipóxia aumentam e prolongam os efeitos tóxicos dos anestésicos locais. A recuperação segue-se à redistribuição do anestésico local do sistema nervoso central e subsequente metabolismo e excreção. A recuperação pode ser rápida, a menos que tenha sido administrada grande quantidade do anestésico. A toxicidade cardiovascular indica uma situação mais grave e, em geral, é precedida por sinais de toxicidade no SNC, exceto se o paciente estiver recebendo um anestésico geral ou estiver profundamente sedado. Podem ocorrer hipotensão, bradicardia, arritmia e até mesmo parada cardíaca como resultado de altas concentrações sistêmicas de anestésicos locais, mas em raros casos a parada cardíaca ocorreu sem precedência dos efeitos do SNC. Em crianças, os sinais iniciais de toxicidade do anestésico local são de difícil detecção quando o bloqueio é administrado durante anestesia geral. Tratamento da Toxicidade Sistêmica Aguda: Em caso de sinais de toxicidade sistêmica aguda ou bloqueio espinhal total, a administração deve ser interrompida imediatamente. Na ocorrência de convulsões, tratamento será necessário, de maneira a manter a ventilação e oxigenação, eliminar as convulsões e manter a circulação. Deve-se administrar oxigênio e, quando necessário, ventilação assistida (máscara com pressão positiva ou intubação traqueal). Se as convulsões não pararem espontaneamente dentro de 15-20 segundos, administrar intravenosamente um anticonvulsivante para facilitar adequada ventilação e oxigenação. O tiopental sódico na dose de 1,3 mg/kg (i.v.) é a primeira escolha. Embora a ação seja lenta, alternativamente pode-se usar diazepam na dose de 0,1 mg/kg (i.v.). Convulsões prolongadas podem prejudicar a ventilação e a oxigenação do paciente. Neste caso, a administração de um relaxante muscular (por exemplo: succinilcolina, 1 mg/kg) de forma que a ventilação e a oxigenação possam ser controladas. A intubação traqueal deve ser considerada em tais situações. Se a depressão cardiovascular é evidente (hipotensão, bradicardia), deve-se administrar 5-10 mg de efedrina (i.v.) e, se necessário, repetir a aplicação após 2-3 minutos. Se ocorrer parada cardíaca, pode ser necessário ressuscitação. É de vital importância estabelecer suporte de oxigenação, ventilação e circulatório, assim como correção da acidose. Epinefrina (0,1 - 0,2 mg intravenosa ou intracardíaca) deve ser administrada assim que possível e sua administração pode ser repetida, se necessário.

Características farmacológicas

Propriedades Farmacodinâmicas O cloridrato de bupivacaína é um anestésico local do tipo amida. É aproximadamente quatro vezes mais potente que a lidocaína. Em concentrações de 5 mg/ml ou 7,5 mg/ml tem uma longa duração de ação, de 2 - 5 horas após uma única injeção epidural, e até 10 horas, após bloqueios nervosos periféricos. O início do bloqueio é mais lento do que com a lidocaína, especialmente quando na anestesia de nervos grandes. Quando usada em baixas concentrações (2,5 mg/ml ou menos) há um menor efeito nas fibras de nervos motores, e a duração da ação é menor. Entretanto, baixas concentrações podem ser usadas com vantagens para o alívio prolongado da dor, por exemplo, no parto ou no pós-operatório. A presença de epinefrina pode prolongar a duração da ação por infiltração e bloqueio nervoso periférico mas, menor efeito marcante no bloqueio epidural. A adição de um vasoconstritor, como a epinefrina, pode diminuir a velocidade de absorção. A bupivacaína é um anestésico local do tipo amida de longa duração com efeitos anestésico e analgésico. A administração de altas doses produz anestesia cirúrgica, enquanto que em baixas doses, produz bloqueio sensitivo (analgesia) com bloqueio motor menor. O início e a duração do efeito anestésico local da bupivacaína dependem da dose e do local de administração. A presença da epinefrina pode prolongar a duração da ação para infiltração e bloqueio nervoso periférico porém, o efeito é menor no bloqueio epidural. A bupivacaína, como outros anestésicos locais, causa um bloqueio reversível da propagação do impulso ao longo das fibras nervosas através da inibição do movimento de íons sódio para dentro das membranas nervosas. O canal de sódio das membranas nervosas é considerado um receptor para moléculas de anestésicos locais. Anestésicos locais podem ter efeitos similares em membranas excitáveis no cérebro e no miocárdio. Se quantidades excessivas do fármaco alcançarem a circulação sistêmica, podem aparecer sinais e sintomas de toxicidade, originados principalmente dos sistemas nervoso central e cardiovascular. A toxicidade no sistema nervoso central geralmente precede os efeitos cardiovasculares uma vez que a toxicidade do sistema nervoso central, ocorre em níveis plasmáticos mais baixos. Os efeitos diretos dos anestésicos locais no coração incluem condução lenta, inotropismo negativo e, consequentemente, parada cardíaca. Os efeitos cardiovasculares indiretos (hipotensão, bradicardia) podem ocorrer após administração epidural ou espinhal, dependendo da extensão do bloqueio simpático concomitante. Propriedades Farmacocinéticas A bupivacaína tem um pKa de 8,2 e um coeficiente de partição de 346 (25¦C tampão fosfato/n-octanol pH 7,4). O metabólito tem uma atividade farmacológica menor do que a de bupivacaína. A solubilidade da bupivacaína é limitada em pH > 6,5. Isto deve ser levado em consideração quando soluções alcalinas, como carbonatos, são adicionadas, pois pode ocorrer precipitação. A velocidade de absorção sistêmica depende da dose, da via de administração e da vascularização do local da injeção. O bloqueio intercostal proporciona o maior pico de concentração plasmática, devido à rápida absorção (concentração plasmática máxima na ordem de 1 - 4 mg/l após uma dose de 400 mg), enquanto injeções abdominais subcutâneas resultam na menor concentração plasmática. Bloqueios de plexos maiores e bloqueios epidurais são intermediários. A concentração plasmática de bupivacaína depende da dose, da via de administração e da vascularidade do local da injeção. A adição de epinefrina pode diminuir o pico de concentração plasmática, ao passo que o tempo para que ocorra o pico de concentração plasmática é normalmente menos afetado. O efeito varia com o tipo de bloqueio, dose e concentração. A bupivacaína mostra absorção completa e bifásica do espaço epidural com meia-vida na ordem de 7 min e 6 horas, respectivamente. A absorção lenta é fator limitante na eliminação de bupivacaína, o que explica porque a meia-vida de eliminação aparente após administração epidural é maior do que após administração intravenosa. A bupivacaína tem uma depuração plasmática total de 0,58 l/min, um volume de distribuição no estado de equilíbrio de 73 l, uma meia-vida de eliminação de 2,7 horas e uma taxa de extração hepática intermediária de 0,38 após administração i.v.. No plasma, a bupivacaína liga-se principalmente à alfa-1-glicoproteína ácida com taxa de ligação plasmática de 96%. A depuração da bupivacaína é quase completa devido ao metabolismo hepático e mais sensível a mudanças da função intrínseca da enzima hepática que a perfusão hepática. Um aumento na concentração de alfa-1-glicoproteína ácida, que ocorre no pós-operatório de cirurgias maiores, pode causar um aumento na concentração plasmática total de bupivacaína. O nível de fármaco livre permanecerá o mesmo. Isto explica porque as concentrações plasmáticas totais acima do nível limiar tóxico aparente de 2,6 - 3,0 mg/l são bem toleradas. A bupivacaína atravessa prontamente a placenta e o equilíbrio com respeito ao fármaco livre (a concentração não ligada) é rapidamente alcançado. A taxa de ligação plasmática no feto é menor que a da mãe, o que resulta em concentração plasmática mais baixa no feto do que na mãe. A bupivacaína está presente no leite materno em concentrações menores que as concentrações no plasma materno. A bupivacaína é extensivamente metabolizada no fígado, predominantemente por hidroxilação aromática para 4-hidoxi-bupivacaína e N-dealquilado para PPX, ambos mediados pelo citocromo P450 3A4. Aproximadamente 1% de bupivacaína é excretada pela urina como droga inalterada em 24 horas e aproximadamente 5% como PPX. A concentração plasmática do PPX e 4-hidroxi-bupivacaína durante e após administração contínua de bupivacaína é menor quando comparada à droga mãe. Dados de segurança pré-clínica Baseado em estudos convencionais com a segurança farmacológica de bupivacaína, doses de toxicidade únicas e repetidas, toxicidade reprodutiva, potencial mutagênico e toxicidade local, nenhum risco foi identificado para humanos diferente do que pode ser esperado baseando-se na ação farmacodinâmica de altas doses de bupivacaína (por exemplo: sinais do SNC e cardiotoxicidade).

Resultados de eficácia

Porte F et al descrevem o uso de bloqueios de plexo em 70 pacientes após cirurgias de membros inferiores utilizando bupivacaína com epinefrina a 0,375%, obtendo analgesia por mais de 15 horas em 45 pacientes sem efeitos indesejáveis. Demonstrando, portanto a eficácia da técnica de bloqueio de plexo de membros inferiores com bupivacaína com epinefrina para analgesia pós-operatória em cirurgias ortopédicas (Porte F et al. Rev Chir Orthop Reparatrice Appar Mot 1992; 78(4): 236-9). Stevens RD et al realizaram um trabalho randomizado, prospectivo e duplo cego em pacientes submetidos a cirurgia de artroplastia total de quadril. Estes pacientes foram divididos em dois grupos: grupo B (bloqueio de plexo lombar com bupivacaína 0,5% com epinefrina) e grupo C (grupo controle em que somente foi realizado a punção da pele no local do bloqueio de plexo lombar, sem administração de nenhuma medicação). Todos os pacientes receberam anestesia geral. O grupo B apresentou em comparação ao grupo C: diminuição do consumo de fentanil intra-operatório em mais de 3 vezes (P = 0,001), grau de dor segundo a escala analógica visual de dor 4 vezes menor (P < 0,001), consumo de morfina 10 vezes menos freqüente (P < 0,0001) e maior diminuição acumulativa do consumo de morfina (P < 0,0001) e do grau de dor nas primeiras 6 horas (P = 0,007). Portanto, o bloqueio de plexo lombar com bupivacaína com epinefrina é eficaz na analgesia de cirurgias de artroplastia total de quadril, reduzindo o consumo de opióides no intra e pós-operatório (Stevens RD et al. Anesthesiology 2000; 93:115-121).

Modo de usar

Modo de Usar Via de administração: Infiltração local, perineural de nervos periféricos e epidural. Deve-se ter muito cuidado para prevenir reações tóxicas agudas, evitando-se injeções intravasculares. É recomendada a aspiração cuidadosa antes e durante a injeção. Quando uma dose grande for injetada, por exemplo, no bloqueio epidural, uma dose teste de 3-5 ml de bupivacaína contendo epinefrina é recomendada. Injeção intravascular acidental pode ser reconhecida por um aumento temporário da freqüência cardíaca. A dose principal deve ser injetada lentamente, a uma velocidade de 25-50 mg/min, ou em doses progressivamente maiores, mantendo contato verbal constante com o paciente. Se sintomas tóxicos aparecerem, a injeção deve ser interrompida imediatamente. Deve-se evitar doses desnecessariamente altas de anestésicos locais. Em geral, o bloqueio completo de todas as fibras nervosas em nervos grandes requer concentrações maiores do fármaco. Em nervos menores, ou quando o bloqueio menos intenso é necessário, por exemplo, no alívio da dor de parto, são indicadas as concentrações menores. O volume de anestésico utilizado afetará a extensão da área anestesiada. Para um efeito mais prolongado pode-se utilizar cateter através do qual o anestésico local pode ser injetado ou por infusão. Esta técnica é comum em anestesia epidural e pode ser utilizada também em anestesia do plexo braquial e analgesia interpleural. Devido à instabilidade da epinefrina, a MARCAÍNA 0,5% com Epinefrina não deve ser re-esterilizada. Cuidados de conservação depois de aberto Depois de aberto o frasco-ampola, este medicamento deverá ser consumido em até 3 dias. Conservar em temperatura inferior a 15¦C. Não congelar. Precauções adequadas devem ser tomadas para evitar o prolongamento do contato entre a solução de anestésico local contendo epinefrina (pH baixo) e superfícies de metais (por exemplo: agulhas ou partes de seringas de metal), já que os íons metálicos dissolvidos, particularmente íons de cobre, podem causar irritação local grave (inchaço, edema) no local da injeção e acelerar a degradação da epinefrina. Todo medicamento deve ser mantido em sua embalagem original até o momento do uso.

Uso em idosos, crianças e em outros grupos de risco

Ver item Advertências.

Armazenagem

Conservar em temperatura inferior a 15ºC. Não congelar.

Dizeres legais

Registro M.S.: 1.1618.0099.002-5 Farmacêutico(a) responsável: Dra. Daniela M. Castanho - CRF/SP-19097 Fabricado por: AstraZeneca S.A. - Haedo - Buenos Aires - Argentina Importado e embalado por: AstraZeneca do Brasil Ltda. Rod. Raposo Tavares, km 26,9 - Cotia - SP - CEP 06707-000 CNPJ 60.318.797/0001-00 VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA USO HOSPITALAR E/OU PROFISSIONAL Indústria Brasileira N¦ do lote, data de fabricação e data de validade: vide cartucho. Todas as marcas nesta embalagem são propriedade do grupo de empresas AstraZeneca. Logo do SAC: 0800-145578

SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA USO HOSPITALAR E/OU PROFISSIONAL Indústria Brasileira N¦ do lote, data de fabricação e data de validade: vide cartucho. Todas as marcas nesta embalagem são propriedade do grupo de empresas AstraZeneca. Logo do SAC: 0800-145578